O governo federal reservou R$ 158,6 bilhões para o Bolsa Família no Orçamento de 2026.
O valor abre espaço para que o benefício pago às famílias mais pobres chegue a R$ 700, caso o número de beneficiários continue em queda, como vem ocorrendo nos últimos meses.
Possível aumento no valor do auxílio
Atualmente, o benefício médio do Bolsa Família é de R$ 683,42. Se o número de famílias permanecer em torno dos 18,9 milhões registrados em outubro, o custo anual do programa ficaria em R$ 154,6 bilhões, cerca de R$ 4 bilhões abaixo do total reservado.
Essa diferença permitiria um reajuste de até R$ 17,59 por mês, elevando o valor médio para R$ 701,01 já a partir de janeiro.
Cenários com menos beneficiários
A redução no número de participantes pode ampliar ainda mais a margem para reajustes. Se o programa perder 1 milhão de famílias até dezembro, o aumento poderia chegar a R$ 56,60 por beneficiário.
Em um cenário mais drástico, com 2 milhões de cortes, o valor adicional poderia atingir R$ 100,23. Desde que assumiu o governo, Lula reduziu em 2,7 milhões o total de beneficiários, e apenas em 2025, foram 1,9 milhão de exclusões.
Atualizações e declarações oficiais
O ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, afirmou recentemente que o cenário econômico atual, com inflação controlada, não exige reajustes automáticos.
Ainda assim, o ministério não descartou a possibilidade de um aumento em 2026. A pasta destacou que as exclusões são resultado da atualização contínua do Cadastro Único, e não de medidas para economizar recursos.
Bolsa Família e a disputa eleitoral
Um eventual reajuste no benefício seria um impulso político importante para Lula, que busca a reeleição em 2026. Além do Bolsa Família, o governo também deve avançar em medidas populares, como a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais.
Outra opção é manter o valor atual e utilizar a sobra orçamentária para incluir novas famílias, atualmente, 925 mil estão pré-habilitadas para receber o auxílio.
Gastos em queda e pente-fino no programa
Após um crescimento acelerado durante e após a pandemia, o governo vem tentando reduzir os custos do Bolsa Família. Em outubro de 2025, o programa consumiu R$ 12,9 bilhões, contra R$ 3,7 bilhões em janeiro de 2022.
A gestão atual intensificou o pente-fino para remover cadastros irregulares, após o programa ter sido ampliado por Jair Bolsonaro em 2022, período em que o benefício foi utilizado como estratégia eleitoral.
O contexto do Estado de bem-estar social
A discussão sobre o Bolsa Família se insere em um debate mais amplo sobre o papel do Estado de bem-estar social no Brasil.
Levantamentos recentes destacam os impactos positivos e negativos da expansão de auxílios após a pandemia, mostrando que o desafio do governo é equilibrar o apoio aos mais vulneráveis com a sustentabilidade das contas públicas.
Dicas:
- Mantenha o CadÚnico atualizado para não perder o benefício.
- Acompanhe comunicados oficiais do Ministério do Desenvolvimento Social.
- Evite compartilhar dados pessoais fora dos canais do governo.
- Consulte o aplicativo oficial do Bolsa Família para verificar pagamentos e atualizações.