Ajuste nos salários dos militares

A proposta de medida provisória estabelece um aumento de 9% nos vencimentos básicos, a serem aplicados em duas fases
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O governo federal revelou uma nova iniciativa que promete impactar os bastidores das Forças Armadas: um ajuste nos salários dos militares, que foi publicado no Diário Oficial da União e assinado pelo presidente em exercício, Geraldo Alckmin.

A proposta de medida provisória estabelece um aumento de 9% nos vencimentos básicos, a serem aplicados em duas fases: um primeiro incremento de 4,5% em abril de 2025 e outro de 4,5% em janeiro de 2026.

Entretanto, essa alteração salarial está condicionada à aprovação da Lei Orçamentária Anual (LOA) para 2025, que ainda passa por tramitação. A proposta já destina até R$ 3 bilhões para o aprimoramento da remuneração em diferentes cargos e funções das Forças Armadas.

Generais e almirantes poderão receber até R$ 1.240 a mais

Os altos oficiais, como os almirantes de esquadra, generais de Exército e tenentes-brigadeiros do ar, estão entre os que mais se beneficiarão. Atualmente com um soldo de R$ 13.471, esses militares verão seus salários aumentarem para R$ 14.077 em abril de 2025 e para R$ 14.711 em janeiro de 2026.

Essa iniciativa é percebida como uma estratégia para reforçar a estrutura hierárquica e a valorização dos postos superiores, que possuem grandes responsabilidades de comando e gestão nas três forças: Marinha, Exército e Aeronáutica.

Soldados e recrutas terão um aumento modesto de apenas R$ 99

Na base da hierarquia, as mudanças são menos significativas. Soldados, marinheiros-recrutas e demais praças que atualmente recebem R$ 1.078 de soldo básico passarão a ganhar R$ 1.127 em abril de 2025 e R$ 1.177 em janeiro de 2026.

Embora o percentual de reajuste seja igual ao dos altos oficiais, o aumento nominal gerou críticas: a diferença de apenas R$ 99 ao longo de dois anos levanta questões sobre a equidade na distribuição dos recursos disponíveis.

É importante ressaltar que o soldo representa apenas uma parte da remuneração total. Bonificações por tempo de serviço, qualificações, periculosidade, além de auxílio-fardamento e outras vantagens, podem aumentar consideravelmente o valor final recebido pelo militar.

Medida provisória precisa ser convertida em lei

Apesar de já estar publicada, a medida provisória tem um prazo inicial de 60 dias, podendo ser prorrogada por mais 60. Para se tornar permanente, ela deverá ser aprovada pelo Congresso Nacional, onde poderá sofrer modificações, inclusive em relação ao cronograma de pagamentos.

Analistas de orçamento público alertam que, caso a LOA não obtenha aprovação com os R$ 3 bilhões previstos, o reajuste poderá ser postergado ou até mesmo cortado em parte.

Remuneração militar nos próximos anos

A reestruturação da carreira militar iniciada em 2019 pelo governo Bolsonaro já havia trazido aumentos através de adicionais. Agora, o governo Lula-Alckmin retoma o foco nos soldos básicos, prometendo mais previsibilidade e valorização salarial.

A expectativa é que, com a aprovação da LOA e a sanção final da medida, os reajustes melhorem a motivação, o poder de compra e a permanência dos militares na carreira.

O Congresso terá a palavra final — e as expectativas das tropas estão voltadas para Brasília.

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