Haddad vai desvincular salário mínimo e previdência? Ministro responde

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT) foi mais uma vez perguntado sobre a possibilidade de desvincular salário mínimo e previdência. O questionamento ao chefe da pasta econômica foi feito justamente nessa sexta-feira (23), durante um evento em Brasília.

De acordo com o ministro da Fazenda, não é prioridade do governo federal iniciar os debates sobre uma possível desvinculação do salário mínimo com a previdência. A informação foi recebida com alívio por usuários de programas previdenciários.

O que é a desvinculação do salário

Para entender o que é a desvinculação do salário mínimo, primeiro é preciso entender como funciona o sistema de definição desse valor. De acordo com a Constituição atual, o governo federal deve estabelecer o mesmo valor do piso e dos benefícios previdenciários.

Isso quer dizer que atualmente salário mínimo e previdência estão vinculados. Em 2024, por exemplo, o valor do piso é de R$ 1.412. Isso significa que todas as aposentadorias, pensões e auxílios pagos pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) precisam pagar, pelo menos, R$ 1.412 também.

Ideia da equipe econômica

Há alguns meses, Fernando Haddad compartilhou o texto de uma economista indicando que o melhor para o país seria desvincular os dois valores. Na prática, isso significaria que o valor das aposentadorias, pensões ou outros benefícios previdenciários seriam menores do que o do salário mínimo.

Segundo essa economista, essa seria uma medida efetiva para equilibrar as contas públicas, e evitar o que seria uma explosão do orçamento, visto que todos os anos os gastos com a previdência sobem de maneira exponencial

Repercussão sobre a desvinculação do salário

Desde que o ministro Haddad compartilhou esse texto, o tema causou muita polêmica nas redes sociais, e nas ruas. Muitos aposentados, pensionistas e outros beneficiários do INSS passaram a temer uma redução no tamanho do aumento dos seus benefícios

A repercussão foi tamanha que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu intervir. Publicamente, ele bateu o martelo e disse que o governo federal não vai permitir uma desvinculação dos valores do salário mínimo e da Previdência nesse momento.

“A palavra salário mínimo é o mínimo do mínimo que uma pessoa precisa para sobreviver. Se eu acho que eu vou resolver o problema da economia brasileira apertando o mínimo do mínimo, eu estou desgraçado, eu não vou para o céu, eu ficaria no purgatório”, argumentou o presidente em entrevista.

“Preciso garantir que todas as pessoas tenham condições de viver dignamente. Por isso, nós temos que tentar repartir o pão de cada dia em igualdade de condições”, completou Lula.