Mais de um terço dos brasileiros vive com até um salário mínimo, aponta IBGE

Mais de 35% dos brasileiros recebem até um salário mínimo, segundo o IBGE. Veja os dados completos sobre renda, desigualdade e ocupação
- Anúncio -

A realidade financeira da maioria dos trabalhadores brasileiros continua marcada por forte desigualdade. 

Segundo dados do Censo Demográfico de 2022, divulgados pelo IBGE, 35,3% da população ocupada no país recebe até um salário mínimo.

Em contrapartida, apenas 7,6% dos trabalhadores têm rendimentos acima de cinco salários mínimos, o equivalente a R$ 6.060 naquele ano.

Esses números revelam um cenário de concentração de renda que ainda beneficia uma minoria, enquanto a maior parte dos brasileiros segue lutando para garantir o básico.

Distribuição da renda

Os dados do IBGE mostram que a faixa salarial mais comum no Brasil é a de mais de um até dois salários mínimos, cerca de R$ 1.212,01 a R$ 2.424, que representa 32,7% da população ocupada.

Na outra ponta, estão os que ganham mais de 20 salários mínimos (R$ 24.240 ou mais), um grupo restrito de apenas 0,7% dos trabalhadores.

Diferenças regionais e desigualdade

A renda média nacional é de R$ 2.851, mas a distribuição é bastante desigual entre as regiões.

  • Norte: R$ 2.238 (78,5% da média nacional)
  • Nordeste: R$ 2.015 (70,7%)
  • Centro-Oeste: R$ 3.292 (16,7% acima da média)
  • Sudeste: R$ 3.154
  • Sul: R$ 3.190

Em 18 estados, o rendimento fica abaixo da média nacional. Os menores valores foram registrados no Maranhão (R$ 1.855), Piauí (R$ 1.905) e Bahia (R$ 1.944).

Os maiores salários aparecem no Distrito Federal (R$ 4.715), seguido de São Paulo (R$ 3.460) e Santa Catarina (R$ 3.391).

Gênero, raça e desigualdade de renda

O Censo mostra que os homens continuam ganhando mais: R$ 3.115, contra R$ 2.506 das mulheres, uma diferença de 24,3%.
A desigualdade também é visível por cor e raça:

  • Amarelos: R$ 5.942
  • Brancos: R$ 3.659
  • Pardos: R$ 2.186
  • Pretos: R$ 2.061
  • Indígenas: R$ 1.683 (menor média do país)

Índice de Gini e nível de ocupação 

O Índice de Gini brasileiro ficou em 0,542, confirmando um alto nível de concentração de renda.

As regiões Norte (0,545) e Nordeste (0,541) apresentam as maiores desigualdades, enquanto o Sul (0,476) tem o cenário mais equilibrado.

O levantamento ainda aponta que 53,5% das pessoas com 14 anos ou mais estavam ocupadas em 2022, um índice menor que o de 2010 (55,5%).

Os melhores resultados foram registrados em Santa Catarina (63,5%), Distrito Federal (60,4%), Mato Grosso e Paraná (60,3%).

Já os piores índices aparecem no Piauí (43%), Paraíba (43,5%) e Maranhão (43,6%).

O Índice de Gini é uma das principais métricas usadas no mundo para medir a desigualdade de renda dentro de um país.
Ele varia de 0 a 1:

  • 0 significa igualdade total (todos ganham o mesmo valor);
  • 1 representa desigualdade máxima (toda a renda concentrada em uma única pessoa).

O retrato do Brasil que ganha pouco

Os dados do Censo reforçam o abismo social que separa o Brasil: enquanto uma minoria acumula rendas acima da média, a maioria sobrevive com o equivalente a um salário mínimo.

A pesquisa evidencia que as diferenças regionais, raciais e de gênero continuam sendo fatores determinantes no acesso a melhores condições de trabalho e renda.

Leia também
×
App O Trabalhador
App do Trabalhador
⭐⭐⭐⭐⭐ Android e iOS - Grátis

Qual sua relação com o salário mínimo?

Recebo
Pago
Analiso

O que você busca saber primeiro?

Direitos
Impacto
Notícias

Seu maior interesse é no aspecto...

Pessoal
Empresarial
Social