Ministro surpreende ao falar sobre desvinculação do salário mínimo

Ministro da Previdência quebrou o silêncio em relação ao debate em torno da desvinculação do salário mínimo no Brasil

O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi (PDT) decidiu quebrar o silêncio sobre o debate da desvinculação do salário mínimo no Brasil. Esta é a ideia que pode acabar reduzindo o tamanho do aumento de benefícios previdenciários no Brasil.

Segundo Carlos Lupi, o seu ministério não vai aceitar qualquer debate sobre a desvinculação do salário mínimo no Brasil neste momento. Em reunião com membros do seu partido, ele disse que enquanto for ministro de estado, não vai permitir que a desvinculação seja efetivada.

“A Previdência Social, sob a tutela do PDT, que estou representando, jamais aceitará qualquer retirada de dinheiro. Arranjem outro, que comigo não passa. Desvincular salário mínimo, querer destruir, não irão”, disse o ministro, que é presidente licenciado do partido.

“É duro, é difícil, mas meu sonho é não desonrar a confiança de cada companheiro e companheira que está aqui”, afirmou o ministro aos colegas do partido.

Lupi x Tebet

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Ao entrar nesta discussão, Lupi inicia um debate contra a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB). Em entrevistas, a ex-senadora vem defendendo que a desvinculação deve acontecer para equilibrar as contas públicas.

“Eu não preciso desvincular tudo, não preciso desvincular seguro-desemprego, aposentadoria, eu posso escolher benefícios, e cada benefício pode me dar R$ 10 bilhões ao ano (de economia), ou pode dar R$ 20 bilhões, depende do que é mais essencial, de qual política pública realmente atinge mais gente”, afirmou Tebet.

“Ninguém está falando em mexer em nada em 2024 e 2025. O meu papel é mostrar que, a partir de 2026, nós começamos a não ter recursos para as despesas discricionárias (não obrigatórias) livres, tirando emenda parlamentar. A gente vai para um limite insustentável”, disse a ministra.

Quem também vem falando sobre o assunto é o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que é do mesmo partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O ministro chegou a compartilhar um post de uma economista que defendeu a desvinculação do valor.

Desvinculação do salário mínimo

Hoje, o valor do salário mínimo é diretamente vinculado ao saldo do INSS. Isso quer dizer que o valor do salário mínimo define o valor base das aposentadorias, do seguro-desemprego, e até mesmo do Benefício de Prestação Continuada (BPC).

Ao defender uma desvinculação, estes benefícios previdenciários passariam a ter um aumento não real todos os anos. Isso aconteceria porque eles passariam a ser reajustados apenas pela inflação do ano anterior.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda não revelou publicamente a sua opinião sobre este assunto.

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