quarta-feira,
29 de outubro de 2025

“Não estamos na URSS”, diz ministro sobre proposta de salário mínimo

Itália segue em discussão para criar um salário mínimo nacional, mas atual governo parece não gostar da ideia, e usa até a URSS como exemplo

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A Itália segue em fortes discussões em torno do estabelecimento de um salário mínimo para os seus trabalhadores. Enquanto a oposição tenta aprovar um projeto para criar esta lei, membros do governo local fazem força para que parlamentares não aprovem a medida em questão.

Nesta terça-feira (18), por exemplo, o vice-premiê e ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, disse que é contra a medida que estabelece a criação de um salário mínimo no país europeu. Entre outros pontos, ele disse que a Itália não é a União Soviética.

“A Itália não precisa de salário mínimo, precisa de um salário rico, porque não estamos na União Soviética, onde todos tinham o mesmo salário”, disse Tajani durante um evento em Roma.

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O governo de Giorgia Meloni já apresentou uma emenda ao projeto para suprimir todos os trechos da lei, ou seja, o objetivo é impedir que a Itália passe a ter um salário mínimo. O argumento é que o Governo precisa estimular apenas as negociações coletivas entre os empregadores e os trabalhadores.

O que diz a oposição

A proposta da oposição está em discussão na chamada Comissão de Trabalho da Câmara dos Deputados do país. A ideia é estabelecer uma espécie de piso salarial de nove euros por hora em âmbito nacional. Para se ter uma ideia mais clara, estamos falando de R$ 49 reais por hora segundo a cotação atual.

A oposição, no entanto, promete que não vai desistir e que vai seguir fazendo pressão para que o governo destrave a votação da lei.

“Precisamos de salários mais altos, Meloni (a primeira-ministra) não pode virar as costas para os trabalhadores”, disse a deputada Elly Schlein, líder do centro-esquerdista Partido Democrático (PD), de oposição.

O salário mínimo pelo mundo

Boa parte dos principais países do mundo já estabeleceram a criação de um salário mínimo. Alguns deles, fizeram isso há várias décadas atrás. Considerando apenas a realidade da União europeia, apenas seis das 27 unidades do bloco não possuem um piso salarial. A Itália é uma delas.

Na França, por exemplo, o salário mínimo atual é de 11,27 euros por hora. Na Alemanha é de 1584 euros por mês. Longe do Velho Continente também existem indicações semelhantes.

Aqui na América Latina, o grande destaque é mesmo o Brasil. Atualmente, o salário mínimo é de R$ 1.320. Este valor é usado para pagar não apenas boa parte dos trabalhadores formais, como também a maioria dos aposentados e pensionistas do INSS.

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Aécio de Paula
Aécio de Paula
Jornalista formado pela Universidade Católica de Pernambuco (Unicap) e pós-graduado em Direitos Humanos pela mesma instituição. Atua na produção, edição e apuração de conteúdos sobre política, economia, sociedade e cultura, com experiência em redações e portais de notícia.

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