O estudo sobre salário mínimo que irritou trabalhadores

Estudo sobre o salário mínimo publicado ainda na última semana irritou representantes de trabalhadores. Entenda os resultados
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Uma nota técnica do Centro de Liderança Pública (CLP) publicada ainda na última semana parece ter irritado boa parte dos representantes dos trabalhadores brasileiros. O estudo em questão analisou os impactos de uma possível desvinculação dos reajustes do salário mínimo e da previdência.

De uma maneira geral, a nota técnica da CLP afirma que a desvinculação dos dois valores é viável do ponto de vista fiscal, e não prejudicaria os mais pobres. O estudo analisa um cenário em que a desvinculação tivesse ocorrido em 2012. Neste caso, o documento indica que a pobreza não teria sido elevada.

Segundo a nota, as taxas de pobreza extrema e intermediária atualmente estão na casa de 4,4% e 10,2% respectivamente. Em um cenário de desvinculação, os patamares seriam basicamente os mesmos, depois de alguns anos.

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Considerando que a desvinculação ocorra em conjunto com reformas na aposentadoria rural, existiria um pequeno aumento na pobreza intermediária, que passaria para 10,6%, e da extrema pobreza, que passaria para 4,7%

Críticas ao estudo

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O estudo em questão ganhou notoriedade depois da publicação de uma matéria sobre o tema pelo jornal Folha de São Paulo ainda no final da última semana. Desde então, a publicação vem ganhando cada vez mais repercussão.

Uma das críticas ao estudo diz respeito ao conceito de que os mais pobres não seria prejudicados com a desvinculação do salário mínimo. Segundo internautas, isso não seria verdade, mesmo que a pobreza não aumente.

“Não é sobre aumento ou redução de pobreza. A desvinculação prejudica os mais pobres à medida que os atuais aposentados e pensionistas, que já não recebem muito dinheiro, passariam a ter um reajuste ainda menor das suas aposentadorias todos os anos”, disse um internauta.

O que é a desvinculação do salário mínimo

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Mas afinal de contas, o que é a desvinculação do salário mínimo? De acordo com especialistas, hoje o valor do salário mínimo é vinculado à previdência. Isso significa que as aposentadorias devem sempre subir no mesmo passo do aumento do salário.

Entre os anos de 2023 e 2024, por exemplo, o salário mínimo foi elevado de R$ 1.320 para R$ 1.412. Este mesmo aumento também foi observado pelo INSS. Hoje, nenhum benefício previdenciário pode ser menor do que R$ 1.412.

Caso haja uma desvinculação dos valores, o aumento do INSS poderá passar a ser menor do que a elevação do salário mínimo. Caso a desvinculação já valesse em 2024, boa parte dos aposentados ganharia menos do que os atuais R$ 1.412, configurando uma perda do poder de compra.

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