Petistas defendem aumento do salário para acabar com a fome

Em entrevistas, aliados de Lula defendem valorização do salário mínimo para acabar tirar o Brasil do Mapa da Fome mais uma vez em um futuro próximo
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O aumento real do salário mínimo pode ser um dos caminhos para reduzir os índices de fome no Brasil. Ao menos este é o entendimento do diretor do Instituto Fome Zero, José Graziano da Silva. Em entrevista ao portal Valor, ele disse elogiou o atual governo e defendeu políticas para melhorar a condição de vida dos mais pobres.

“Isso é central”, confirma Graziano. “O salário mínimo é um farol para todos os salários. Quando puxa o salário mínimo, puxa todos os salários de baixo e melhora a distribuição da renda”, argumenta.

“As políticas de segurança alimentar e nutricional não acabam com a fome. O que acaba com a fome é crescer, melhorar salário mínimo, gerar emprego. São as políticas macroeconômicas. As políticas de segurança alimentar e nutricional são coadjuvantes, evitam a situação mais grave, que é morrer de fome, ficar subnutrido”.

Sem citar diretamente o governo anterior, Graziano disse que a o atual momento do Brasil não é dos melhores. Com base em pesquisas científicas, ele lembrou que milhares de brasileiros estão passando fome no país e precisam de ajuda de todas as esferas do Governo. 

“O Brasil viu a deterioração da distribuição da renda pelo aumento do trabalho precário, do desemprego, da miséria. Fome é sinônimo de miséria no Brasil. Enfrentar a fome é enfrentar a miséria”, ressalta.

Salário x Fome

Graziano também disse na entrevista a Valor que a situação do Brasil agora seria pior do que a que foi encontrada em 2003, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assumiu a Presidência da República pela primeira vez.

“A situação hoje é muito mais complexa do que a que enfrentamos em 2003”, compara Graziano. “Do ponto de vista quantitativo, eram cerca de 40 milhões de pessoas, não chegava a 9,5 milhões de famílias (em insegurança alimentar)”.

“Hoje falamos de 65 milhões de pessoas em insegurança alimentar grave ou moderada e outros 65 milhões que comem mal ou que têm insegurança alimentar leve. Isso dá mais da metade da população, 60%”, lamenta um dos criadores do Fome Zero.

Por fim, ele também elogiou o pente-fino que o Governo Federal está realizando no sistema do Bolsa Família. O Ministério do Desenvolvimento Social vem dizendo que milhões de usuários serão retirados do projeto.

“O governo está limpando os cadastros e deve retirar cerca de 2 milhões de pessoas. Vai ajustar o programa para ter proporcionalidade ao tamanho da família e, principalmente, à presença de crianças”, lembrou Graziano.

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