Redução da aposentadoria? Haddad se pronuncia sobre o assunto
Em entrevista, ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT) voltou a falar sobre a possibilidade de desvincular salário mínimo e aposentadoriaA lei brasileira é clara: o valor do salário mínimo deve servir como base para o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Assim, todas as vezes que o piso subir, os valores das aposentadorias precisam subir também. Tudo em um mesmo patamar de aumento.
Mas nas últimas semanas, algumas pessoas dentro do governo federal começaram a questionar esta regra. Primeiro, o ministro Fernando Haddad (PT) chegou a compartilhar o texto de uma economista que defendia a desvinculação do salário mínimo do valor das aposentadorias.
Logo depois, foi a vez da ministra do Planejamento, Simone Tebet. Em entrevistas, ele vem dizendo que o debate precisa ser feito, e que vai enviar o projeto de desvinculação até o final deste ano, o que acabou gerando apreensão em vários segurados do INSS.
Nova declaração de Haddad
Mas nesta sexta-feira (10), uma nova entrevista do Ministro Fernando Haddad parece ter acalmado os ânimos de muita gente. O chefe da pasta econômica decidiu contrariar o artigo que ele mesmo compartilhou sobre o assunto. De quebra, também afirmou que o governo não está debatendo o tema.
“Esse assunto especificamente não foi discutido no âmbito do governo. Eu não conheço a proposta, eu conheço o debate. Não vejo muito espaço nessa seara para discussão, da questão do mínimo”, disse o ministro da Fazenda ao ser questionado sobre o assunto na entrevista concedida ao jornal O Estado de São Paulo.
“Teve também um debate na época do envio para o Congresso da política de valorização do salário mínimo em que a Fazenda, aí, sim, defendeu que o indexador do mínimo fosse o PIB per capita. Essa posição da Fazenda foi vencida e o projeto de lei tem a orientação do primeiro governo do presidente Lula”, completou ele.
Nesta mesma entrevista concedida ao Estadão, Haddad não negou que algo precisa ser feito para controlar os gastos com a previdência no Brasil.
“A Previdência tem um custo e nós temos que buscar as fontes de financiamento para honrar os compromissos assumidos pelo País, o Congresso Nacional, o Executivo e assim por diante”, disse o ministro.
Simone Tebet
De uma maneira geral, esta nova entrevista de Haddad contraria o que disse Simone Tebet no decorrer desta semana. A ministra do Planejamento e Orçamento confirmou anteriormente que este debate precisa ser feito.
“Não dá mais para trabalhar no varejo. É preciso colocar o dedo na ferida”, disse a ministra ao ser questionada sobre o assunto ainda nesta semana.