Salário de R$ 1.474 teria impacto de R$ 60 bilhões em 2024

Para conseguir agradar as Centrais Sindicais e aprovar um salário mínimo de R$ 1.474 para o ano de 2024, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teria que liberar R$ 60 bilhões dos cofres da União. Ao menos esta é a projeção feita por analistas do portal Poder 360 nesta semana.

Na última segunda-feira (3), membro das mais variadas Centrais Sindicais entregaram um documento indicando a proposta para a definição do valor do salário mínimo para o próximo ano. Segundo eles, o Governo Federal deverá levar em consideração três etapas dentro deste processo:

• A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor do ano de 2023;
• O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil nos anos de 2022 e 2023;
• Uma elevação de 2,4% acima do patamar definido.

De acordo com as Centrais, esta seria a melhor forma de definir o valor do salário mínimo não apenas para o ano de 2024, mas também para 2025 e 2026. Os líderes dos sindicatos indicam que neste ritmo o Brasil poderia recuperar o poder de compra perdido dentro do sistema do salário nos últimos anos.

O impacto fiscal

O que não está dentro deste documento divulgado pelas Centrais é o impacto fiscal que a medida poderá ter nas contas públicas. Como dito, nas análises do Portal Poder 360, uma elevação do salário mínimo para a casa dos R$ 1.474 poderá gerar uma despesa de R$ 60 bilhões.

O número é bem maior do que governos estão acostumados a pagar pelo salário mínimo.

O documento em questão é assinado pelas seguintes centrais:

• CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros);
• CTB (Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil);
• CUT (Central Única dos Trabalhadores);
• Força Sindical; Intersindical;
• NCST (Nova Central Sindical de Trabalhadores);
• Pública Central do Servidor;
• UGT (União Geral de Trabalhadores).

Salário mínimo

Vale lembrar que o documento apresentado pelas Centrais debate a definição do salário mínimo a partir do próximo ano. Para 2023, seguem valendo os pagamentos do piso de R$ 1.302, válidos desde janeiro.

Contudo, é provável que ainda este ano o Governo Federal aplique um segundo aumento. Ao menos foi o que disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em entrevista recente.

“Já combinamos com movimentos sindicais, com Ministério do Trabalho, com o ministro Haddad, que vamos, em maio, reajustar para R$ 1.320 o valor do salário mínimo”, disse o presidente em entrevista à CNN Brasil em fevereiro.

“Vamos estabelecer nova regra para o piso, levando em conta, além da reposição da inflação, o crescimento do PIB, porque é a forma mais justa de distribuir o crescimento da economia.”