Salário Mínimo: CUT se pronuncia sobre decisão do governo Lula
Maior central sindical do país deu a sua visão sobre a decisão do Governo Federal e do Congresso Nacional de manter o salário mínimo fora do arcabouço fiscalA Central Única dos Trabalhadores (CUT) decidiu quebrar o silêncio e se pronunciar sobre uma recente decisão do Congresso Nacional e do Governo Federal. Nesta semana, estes atores decidiram manter as despesas com o salário mínimo fora do teto estabelecido pelo arcabouço fiscal.
Na noite da última quarta-feira (24), deputados federais aprovaram o texto enviado pelo Governo Federal. O novo marco fiscal estabelece uma série de travas para investimentos e despesas no Brasil, considerando um cenário de não atingimento da meta fiscal. Contudo, o salário mínimo não entra nesta equação.
Na prática, isto quer dizer que mesmo que o Governo Federal não consiga atingir a chamada meta fiscal em um determinado ano, ele ainda estará livre para elevar o salário mínimo para além da inflação.
Vale lembrar que o reajuste real do salário foi uma das principais promessas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições do ano passado.
O que diz a CUT
A CUT decidiu elogiar a medida de retirar do arcabouço fiscal as despesas que serão feitas com o salário mínimo. De acordo com a maior Central Sindical do país, tal movimento vai fazer até mesmo com que o Governo Federal consiga criar mais empregos nos próximos anos.
“Como os parlamentares colocaram diversas travas para impedir investimentos do governo federal caso a meta fiscal não seja atingida, o fato do reajuste do salário mínimo ter sido preservado vai impactar positivamente na geração de emprego e renda, trazendo um alívio para os trabalhadores e trabalhadoras”, diz a CUT.
“A luta por reajustes acima da inflação teve início em 2004, quando a CUT e as demais centrais sindicais, em um movimento unitário, lançaram a campanha pela valorização do salário mínimo”, completa a Central.
Dieese também fez declaração
O Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos também comentou a necessidade de aplicar um aumento real para o salário mínimo.
“Cada vez que o salário mínimo é reajustado se reduz a desigualdade entre homens e mulheres, brancos e negros e ainda ajuda na economia de pequenas localidades onde o funcionalismo público municipal tem como piso o mínimo”, técnica do Dieese, Adriana Marcolino
“O reajuste do salário mínimo tem uma capilaridade muito grande de geração de emprego, renda pro trabalhador e para o próprio governo que arrecada mais. Por isso que a política de valorização é tão importante para o Brasil e os brasileiros”, completou a representante do Dieese em declaração recente.