Salário mínimo e previdência serão desvinculados? Presidente do BC responde

Presidente do Banco Central BC) falou publicamente sobre a ideia de desindexar valores do salário mínimo e da previdência

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto disse em entrevista nesta semana que concorda com a ideia de desindexar salário mínimo e previdência do INSS. A medida tem potencial de reduzir o tamanho do aumento de aposentadorias de brasileiros de todo o país.

Campos Neto deu esta declaração ainda na última quinta-feira (6), durante a sua participação no evento MKBR, evento que teve como objetivo tratar do mercado de capitais.

“O governo tem mais recentemente falado em medidas alternativas, como desindexação do salário mínimo da Previdência e a desvinculação de saúde e educação. São medidas muito boas, que seriam um choque positivo e ajudariam muito neste momento. A gente apoia qualquer uma”, declarou Campos Neto.

“Eu (Brasil) preciso ser mais eficiente nos meus gastos. Ou seja, eu preciso ter revisões nos programas. O ministro (Fernando) Haddad tem feito uma força enorme na parte fiscal”, disse o presidente do Banco Central.

Carlos Lupi discorda das mudanças no INSS

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Fato é que a ideia de desvincular salário mínimo e previdência vem causando um grande debate dentro do governo federal. Recentemente, o ministro da Previdência, Carlos Lupi (PDT), falou sobre o assunto.

Segundo Carlos Lupi, o seu ministério não vai aceitar qualquer debate sobre a desvinculação do salário mínimo no Brasil neste momento. Em reunião com membros do seu partido, ele disse que enquanto for ministro de estado, não vai permitir que a desvinculação seja efetivada.

“A Previdência Social, sob a tutela do PDT, que estou representando, jamais aceitará qualquer retirada de dinheiro. Arranjem outro, que comigo não passa. Desvincular salário mínimo, querer destruir, não irão”, disse o ministro, que é presidente licenciado do partido.

“É duro, é difícil, mas meu sonho é não desonrar a confiança de cada companheiro e companheira que está aqui”, afirmou o ministro aos colegas do partido.

Desvinculação do salário

Hoje, o valor do salário mínimo é anexado ao patamar das aposentadorias do INSS. Isso quer dizer que todas as vezes que o salário mínimo é elevado, o patamar base de pagamentos do INSS precisa ser elevado em um mesmo valor.

A ideia que se discute é justamente desanexar estes valores. Caso ocorra, o governo não teria mais obrigação de elevar a aposentaria em um mesmo patamar de aumento do salário mínimo. Na prática, isso daria uma folga para os gastos públicos, mas também faria com que os aposentados ganhassem menos do que o esperado.

Até aqui, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não revelou o que pensa sobre este assunto.

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