Salário: o pedido das centrais que o Governo não deve atender

Centrais Sindicais estão fazendo uma série de exigências para que o Governo Federal aumente o salário mínimo de maneira real. Algumas delas não serão atendidas

O valor do salário mínimo será elevado no próximo ano, assim como exige a Constituição Federal. O aumento, no entanto, não deve acontecer do jeito que as Centrais Sindicais desejam. De acordo com informações de bastidores, um ponto específico já foi negado pelo Governo Federal.

Hoje, o salário mínimo faz pagamentos de R$ 1.302 e deve ser elevado para a casa dos R$ 1.320 a partir do próximo dia 1º de maio. Agora, o Governo Federal está buscando uma nova regra geral para definir o salário a partir do próximo ano, e é justamente esta norma que está causando o problema maior para o poder executivo neste momento.

Como é a regra do salário hoje?

Hoje, a regra geral para a definição do salário mínimo considera apenas a inflação. Na prática, o Governo em vigência define se vai elevar o patamar apenas com base na inflação (sem aumento real), ou se vai considerar também outra variável econômica (com aumento real). Este é o formato que está sendo utilizado até hoje.

O que o Ministério do Trabalho quer?

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Em entrevista recente, o Ministro do Trabalho, Luiz Marinho (PT) disse que está trabalhando em uma nova regra. Ele já sinalizou em mais de uma ocasião que deseja o retorno da antiga norma utilizada pelos primeiros governos de Lula.

Assim, o reajuste levaria em consideração a inflação do ano anterior, e o Produto Interno Bruto (PIB) dos dois anos anteriores, sempre com elevação real.

O que as Centrais Sindicais querem?

As Centrais Sindicais até gostam desta proposta do Ministro Luiz Marinho. Contudo, elas querem mais. Além da inflação e do PIB, elas querem também que o Governo Federal defina um aumento extra anual de 2,4%. A ideia com este adicional é cobrir as perdas dos trabalhadores que foram percebidas durante os anos da gestão anterior.

Qual é a avaliação do governo sobre o salário?

Ainda não é possível saber qual é o desenho que o governo vai escolher para a definição do salário mínimo. Contudo, informações de bastidores colhidas pelo jornal O Estado de São Paulo indicam que Marinho já deixou claro para as Centrais que o Governo não deverá aceitar a ideia de pagar o adicional de 2,4% ao ano.

De todo modo, o Ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB) já disse que independente do tamanho da elevação, é possível dizer que o valor do salário mínimo será elevado de maneira real no próximo ano.

“Não há a menor chance do presidente, ano que vem, não dar aumento real para o salário mínimo. O salário mínimo virá não só com o aumento da inflação, mais o percentual permitido pelo espaço fiscal”, disse Tebet.

“Se tire de qualquer lugar, mas o presidente não vai descumprir uma promessa de campanha como durante 8 anos dos seus dois primeiros mandatos, ele, inclusive fez. O aumento vai ser real”, completou a Ministra.

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