Santa Catarina: Novo salário mínimo chega a R$ 1.978
Esse passo é fruto de diálogos entre representantes de empregados e associações patronais, dos setores agrícola, industrial e comercialO novo salário mínimo regional de até R$ 1.978 aprovado em Santa Catarina trouxe alívio e esperança para os trabalhadores com registro formal. O reajuste, que representa um aumento de 7,27%, foi sancionado com data retroativa a 1º de janeiro de 2025, após receber aprovação unânime na Assembleia Legislativa do estado.
Esse passo é fruto de diálogos entre representantes de empregados e associações patronais, envolvendo os setores agrícola, industrial e comercial.
Com a nova tabela de salário mínimo regional, Santa Catarina reitera sua estratégia de valorização da renda local, estabelecendo mínimos salariais diferenciados para várias categorias, em conformidade com as características da economia do estado.
Valores distintos
O novo salário mínimo em Santa Catarina cria faixas diferentes, com base na área de atuação do trabalhador. Por exemplo, agricultores, entregadores e operários da construção civil passarão a receber R$ 1.730,00, enquanto profissionais do setor industrial e das empresas de comunicação terão um piso de R$ 1.792,00.
Um valor de R$ 1.898,00 se destina a áreas que exigem maior especialização, como a indústria química e o comércio em geral. Por último, a faixa superior prevê que trabalhadores da indústria metalúrgica e setores técnicos relacionados recebam no mínimo R$ 1.978,00.
Esses valores foram determinados levando em conta as condições econômicas locais e o alto custo de vida em Santa Catarina, que é um dos mais elevados do Brasil.
O salário mínimo regional
O novo salário mínimo regional representa uma ferramenta significativa para os trabalhadores que não possuem um piso salarial estabelecido por convenções coletivas ou legislação federal.
Desde 2009, com a implementação da Lei Complementar 459, Santa Catarina adotou esse modelo para assegurar uma proteção básica a categorias menos organizadas no âmbito sindical.
Esse sistema possibilita ao estado ajustar o montante do salário mínimo às realidades locais, promovendo justiça social e estabilidade econômica.
Além disso, essa iniciativa contribui para a redução da informalidade e assegura uma renda mais digna aos trabalhadores, especialmente em áreas rurais e regiões com baixa cobertura sindical.
Comércio e serviços devem perceber os primeiros impactos do reajuste
O aumento do novo salário mínimo poderá influenciar diretamente o consumo das famílias, impulsionando a demanda por produtos e serviços locais. Com uma maior circulação de dinheiro, setores como varejo, alimentação e transporte devem ser os primeiros a observar um crescimento.
Entretanto, para as micro e pequenas empresas, este reajuste requer um planejamento cuidadoso.
O aumento nas despesas com a folha de pagamento pode pressionar as margens de lucro e resultar na reestruturação das equipes e funções. Apesar disso, especialistas indicam que os benefícios sociais advindos do aumento tendem a superar os desafios operacionais a médio prazo.
O modelo de Santa Catarina
Além de Santa Catarina, outros estados, como São Paulo, Paraná e Rio de Janeiro, têm seus pisos salariais regionais. No entanto, o que diferencia Santa Catarina é a forma como os valores são minuciosamente organizados por setor, o que estabelece um padrão para as demais unidades da federação.
A criação do novo salário mínimo pode estimular discussões em diferentes estados acerca da urgência de estabelecer pisos que levem em consideração o custo de vida em suas localidades. Essa abordagem descentralizada reforça o federalismo e confere maior autonomia para a gestão das políticas salariais regionais no Brasil.