Tebet revela proposta de desvinculação de aposentadorias do salário mínimo
Segundo Tebet, há uma dúvida sobre a sustentabilidade fiscal do país para continuar com a política de valorização acima da inflaçãoA ministra do Planejamento, Simone Tebet revelou que está discutindo com sua equipe um conjunto de propostas que inclui uma desvinculação de aposentadorias e benefícios sociais da política de ganhos reais do salário mínimo. Além disso, visa buscar alternativas para o piso de despesas com a área da Educação.
O anúncio foi feito na última segunda-feira em entrevista ao jornal Valor Econômico.
Segundo Tebet, há uma dúvida sobre a sustentabilidade fiscal do país para continuar com a política de valorização acima da inflação do salário mínimo aplicada aos benefícios previdenciários, seguro-desemprego, Benefício de Prestação Continuada (BPC) e abono salarial.
Em publicação do jornal, eles destacaram: “Ela observou que a proposta é manter a correção dos benefícios pela inflação, seguindo um mandamento constitucional”
Outro ponto abordado, foi sobre a incorporação do Fundeb (Fundo para o Desenvolvimento da Educação Básica) ao piso constitucional da Educação, sendo simulado pelo Ministério do Planejamento.
De acordo com a ministra, a aprovação da ampliação dos repasses da União ao fundo, feita no governo de Jair Bolsonaro, deve gerar um impacto de 40 bilhões de reais em três a quatro anos.
Em entrevista, a ministra ainda afirmou: “Tenho que deixar pronto o cardápio de ajustes para o presidente Lula decidir se e quando poderá levá-lo adiante”.
Gleisi Hoffmann
Após a divulgação, a presidente nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR), fez críticas sobre a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB), defender a desvinculação da Previdência do salário mínimo e a respeito da inclusão do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) no piso da Educação.
Segundo ela, essas ideias contrariam o programa de governo apresentado pelo presidente Lula nas eleições de 2022. Pelas redes sociais, Gleisi publicou:
“Se adotadas, iriam prejudicar diretamente milhões de aposentados e alunos de escolas públicas, a população que precisa ser protegida pela ação do Estado, ações estas garantidas na nossa Constituição. É no mínimo preocupante que sejam defendidas pela ministra”.
Além disso, completou marcando o perfil da ministra: “Responsabilidade fiscal não tem nada a ver com injustiça social”.