Pedidos de seguro-desemprego caem nos EUA; entenda o que significa

Pedidos de seguro-desemprego caem nos EUA, mas contratações seguem lentas e taxa de desemprego pode subir para 4,3% em agosto
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O mercado de trabalho dos Estados Unidos registrou queda nos pedidos de seguro-desemprego na última semana, mesmo com o cenário de contratações ainda morno. 

O número reflete o baixo índice de demissões, mas especialistas alertam que a taxa de desemprego pode chegar a 4,3% em agosto devido à desaceleração da economia interna.

De acordo com o Departamento do Trabalho, na semana encerrada em 9 de agosto, os pedidos iniciais de seguro-desemprego recuaram em 3 mil, totalizando 224 mil solicitações ajustadas sazonalmente. 

A expectativa de economistas consultados pela Reuters era de 228 mil pedidos.

Empresas evitam ampliar contratações

O mercado de trabalho norte-americano está dividido entre a baixa quantidade de demissões e o ritmo lento de novas contratações. 

O cenário é influenciado por fatores como a política comercial protecionista do presidente Donald Trump, que elevou a taxa média de importação para o maior nível em um século.

Nos últimos três meses, os ganhos de emprego ficaram em média em 35 mil por mês. Já a demanda doméstica cresceu no segundo trimestre no ritmo mais lento desde o fim de 2022.

“Vistos isoladamente, esses números sugerem que as condições do mercado de trabalho continuam fortes”, afirmou Lou Crandall, economista-chefe da Wrightson ICAP.

“No entanto, a tendência mais fraca na criação de vagas conta uma história diferente.”

Seguro-desemprego cai, mas dificuldade para encontrar trabalho aumenta

O relatório também apontou queda de 15 mil no número de pessoas que continuam recebendo o seguro-desemprego após a primeira semana de auxílio, totalizando 1,953 milhão no período encerrado em 2 de agosto.

Apesar disso, cresce a percepção entre consumidores de que está cada vez mais difícil conseguir uma vaga de trabalho, o que reforça a projeção de alta na taxa de desemprego.

Como os dados do seguro-desemprego afetam o seu bolso no Brasil

Os números do seguro-desemprego norte-americano não interessam apenas aos economistas dos Estados Unidos. Eles têm influência direta no mercado global e, consequentemente, na economia brasileira. 

Isso acontece porque indicadores do mercado de trabalho dos EUA ajudam a direcionar as decisões de política monetária do Federal Reserve (Fed), o banco central americano.

Quando os pedidos de auxílio-desemprego caem e o mercado de trabalho se mostra aquecido, o Fed tende a manter ou até aumentar os juros para conter a inflação. 

Juros mais altos nos EUA tornam o país mais atraente para investidores internacionais, provocando uma migração de capital de mercados emergentes, como o Brasil, para o mercado americano.

Esse movimento costuma valorizar o dólar frente ao real, impactando diretamente o custo de importações, produtos cotados em moeda estrangeira e até mesmo a inflação brasileira. 

Por outro lado, quando os números do seguro-desemprego mostram fragilidade no mercado de trabalho dos EUA, cresce a expectativa de cortes de juros pelo Fed, o que pode enfraquecer o dólar e beneficiar moedas como o real.

Em resumo, acompanhar esse indicador não é apenas curiosidade: é uma forma de entender possíveis movimentos da moeda americana e antecipar impactos no seu bolso.

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