Polícia desmantela esquema que desviou R$ 2 bilhões

Esse esquema, que operou em várias partes do Brasil ao longo dos últimos cinco anos, contou com a colaboração de funcionários da Caixa
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A Polícia Federal conseguiu desmantelar uma rede criminosa que desviou pelo menos R$ 2 bilhões por meio de fraudes destinadas a beneficiários de programas sociais, trabalhadores com saldo no FGTS e aqueles que têm direito ao seguro-desemprego.

Esse esquema, que operou em várias partes do Brasil ao longo dos últimos cinco anos, contou com a colaboração de funcionários da própria Caixa Econômica Federal.

Conforme reportado pelo programa Fantástico da TV Globo, as investigações revelaram que os criminosos acessavam de maneira ilegal as informações pessoais de milhares de cidadãos brasileiros.

Com esses dados, identificavam benefícios ativos e contavam com a ajuda dos funcionários da Caixa para invadir contas no aplicativo Caixa Tem.

Os servidores alteravam os endereços de e-mail dos beneficiários registrados, substituindo-os por e-mails controlados pela quadrilha, o que possibilitava a redefinição de senhas e a tomada total de controle das contas.

Assim, os criminosos podiam realizar transferências via PIX, efetuar pagamentos e até mesmo realizar saques direto nos caixas.

O principal responsável por essa série de invasões é um homem conhecido como “Careca”, que foi preso em 2022 no Rio de Janeiro junto a um cúmplice. Eles foram detidos nas proximidades de uma agência da Caixa e, posteriormente, liberados para responder ao processo em liberdade.

Entretanto, o laptop apreendido com eles revelou detalhes sobre o funcionamento do esquema. A Polícia Federal classificou a fraude como sofisticada, operada com auxílio de tecnologia e acesso privilegiado ao sistema bancário.

Para levar adiante esse golpe em grande escala, a quadrilha utilizava um software que simulava o funcionamento de vários celulares a partir de um único computador, permitindo a invasão simultânea de centenas de contas por dia.

Os criminosos realizavam suas ações de maneira contínua, repetindo os golpes várias vezes para acumular quantias maiores, considerando que os benefícios individuais eram relativamente baixos.

Essa atividade criminosa perdurou por anos sem interrupção, algo que, segundo a investigação, só foi possível devido à participação ativa de funcionários da Caixa. Um dos servidores chegou a realizar saques presenciais sob a orientação do grupo.

A Polícia Federal salientou que o fortalecimento dos controles internos é fundamental. O delegado Pedro Bloomfield Gama Silva afirmou que  “Esses setores conseguem, de maneira online, identificar fraudes e incorreções nas agências”.

Anderson Possa, vice-presidente de Logística, Operações e Segurança da Caixa, informou que a instituição está investindo em tecnologias inovadoras para combater essa modalidade de crime. Ele declarou:

“Estamos implementando mais sistemas, tanto de biometria quanto de monitoramento via inteligência artificial, para que se diminua e a gente possa chegar ao menor número possível de fraudes”, afirmou.

A Caixa Econômica admitiu os desvios e comunicou que os montantes retirados foram restituídos às vítimas. A instituição também confirmou que os colaboradores implicados foram dispensados.

Embora a gravidade do crime seja evidente, muitos dos indiciados permanecem em liberdade enquanto aguardam a tramitação dos processos. Aqueles que sofreram danos podem visitar uma agência da Caixa ou ligar para 0800 726 0101 para formalizar a ocorrência e solicitar compensação.

A mais recente operação da Polícia Federal ocorreu em 14 cidades do estado do Rio de Janeiro, resultando na apreensão de computadores e smartphones.

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