Sindicato critica Haddad por querer mudar seguro-desemprego
Ministro da Fazenda deve apresentar em breve uma proposta de corte de gastos que pode afetar os pagamentos do seguro-desempregoA qualquer momento, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT) deverá apresentar oficialmente uma proposta de corte de gastos do governo federal. A expectativa é de que vários benefícios sociais, previdenciários e trabalhistas sejam impactados. O seguro-desemprego, por exemplo, pode estar em risco.
Este é um benefício naturalmente voltado ao trabalhador que perde o emprego sem justa causa. Atualmente, o cidadão recebe, no mínimo, um salário mínimo por mês por até 5 rodadas seguidas a depender de uma série de questões.
Dentro da equipe econômica do governo federal existe uma avaliação de que será preciso aplicar mudanças no seguro-desemprego. Eles acreditam que o poder executivo precisa alterar regras desse benefício para conseguir equilibrar as contas públicas.
A ala econômica argumenta que o governo federal está conseguindo reduzir os níveis de desemprego no país. Portanto, não faria sentido aumentar muito os gastos com o seguro-desemprego, considerando que as pessoas estão cada vez mais empregadas.
Sindicato critica Haddad
Se por um lado o ministro Fernando Haddad está passando por pressões do mercado financeiro para aumentar os cortes, por outro o chefe da pasta econômica também está encontrando pressão de movimentos sindicais.
No decorrer dos últimos dias várias frentes sindicais do país apresentaram cartas de repúdio ao trabalho do ministro da Fazenda no sentido de aumentar os níveis de cortes para programas sociais, previdenciários e trabalhistas como é o caso do seguro-desemprego
“Preocupa muito. Nós sabemos das dificuldades que nós temos no Congresso Nacional, porque é um Congresso muito conservador. Imagina o governo enviando uma PEC (proposta de emenda à Constituição) ou um projeto de lei complementar autorizando alguns cortes. Como vai voltar isso?”, questiona Presidente da Força Sindical, Miguel Torres.
“Não estou falando que não tem que ter correção, que não tenha que ter controle de gastos, mas nós estamos tirando daquele que mais precisa, do trabalhador desempregado.”
“Quem mais demite, quem mais faz rotatividade, tem que contribuir mais para o sistema de proteção social dos desempregados. Tem coisas que dá para fazer”, argumenta.
Além do seguro-desemprego
É importante destacar que o seguro-desemprego não é o único benefício que está na mesa da equipe econômica do governo federal neste momento. De acordo com informações de bastidores, uma série de outros benefícios podem passar por cortes.
É o caso, por exemplo, do abono salarial Pis/Pasep. Ainda de acordo com informações de bastidores, esse tipo de benefício também poderá passar por alterações e atender uma quantidade menor de pessoas no decorrer dos próximos anos.