O governo federal anunciou um novo pacote voltado ao crédito imobiliário e, junto com ele, mudanças que afetam diretamente o uso do FGTS.
O objetivo é destravar o mercado, ampliar o acesso ao financiamento e permitir a compra de imóveis mais caros dentro das regras atuais.
As medidas foram divulgadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e, segundo o Banco Central, devem injetar bilhões no setor já no primeiro ano. Com isso, o consumidor passa a ter novas possibilidades na hora de financiar a casa própria.
Novo limite para uso do FGTS
Atualmente, o valor máximo permitido no SFH para compra com recursos do FGTS é de R$ 1,5 milhão. Com as novas regras, esse limite sobe para R$ 2,25 milhões, o que coloca imóveis de padrão mais alto dentro do financiamento com juros menores (12% ao ano + TR).
Com esse reajuste, será possível financiar imóveis de bairros mais valorizados em grandes capitais brasileiras.
Parcela maior financiada pela Caixa
Outra mudança importante envolve o percentual financiado. A Caixa Econômica Federal voltará a custear 80% do valor do imóvel residencial. Desde novembro de 2024, o limite estava em 70%.
Segundo o banco, a ampliação foi possível graças às alterações no crédito imobiliário e nas regras de saque do FGTS, que aumentam o volume de recursos disponíveis.
Mais recursos
O Conselho Monetário Nacional e o Banco Central também liberaram mais espaço financeiro para os bancos ampliarem a concessão de crédito.
O novo modelo viabiliza R$ 111 bilhões no primeiro ano, sendo R$ 52,4 bilhões a mais em relação às regras atuais.
De forma imediata, serão R$ 36,9 bilhões extras destinados ao financiamento habitacional.
De onde vem o dinheiro
Hoje, o crédito imobiliário tem duas principais fontes:
- FGTS
- Poupança
A mudança permite que os bancos utilizem uma fatia maior dos valores que antes eram obrigatoriamente retidos como compulsório no Banco Central, desbloqueando recursos para novos financiamentos.
Como era e como fica
Modelo atual:
- 65%: financiamento habitacional
- 20%: compulsório
- 15%: uso livre do banco
Até o fim de 2026:
- 65%: financiamento habitacional
- 20%: compulsório (15% retido no BC e até 5% direcionados ao crédito imobiliário)
- 15%: uso livre
A partir de 2027, esse percentual passará por uma transição até que 100% dos depósitos direcionados sejam utilizados no crédito imobiliário, reduzindo a participação da poupança parada no sistema.
Incentivo para imóveis até R$ 1 milhão
As medidas também estimulam financiamentos de imóveis mais baratos. Nesse caso, o banco recebe vantagens por financiar unidades de até R$ 1 milhão, ampliando o crédito para famílias de renda mais baixa.