quinta-feira,
20 de novembro de 2025

Golpe no FGTS atinge estrelas do futebol e movimenta R$ 7 milhões

PF investiga fraude no FGTS que desviou cerca de R$ 7 milhões de jogadores e treinadores. Operação Fake Agents mira advogada e funcionários da Caixa

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A manhã da quinta-feira (13) começou com mais uma etapa de uma investigação que vem chamando a atenção do país. 

O FGTS, um dos principais direitos trabalhistas, voltou ao centro de um escândalo após a Polícia Federal avançar em um esquema que teria desviado milhões de atletas brasileiros e estrangeiros.

A nova fase da Operação Fake Agents foi deflagrada no Rio de Janeiro e colocou em evidência nomes conhecidos do futebol.

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Entre as vítimas estão jogadores em atividade, ex-atletas e até treinadores que tiveram valores do FGTS sacados de forma fraudulenta.

Investigações cercam fraude que atingiu grandes nomes

De acordo com a Polícia Federal, o grupo criminoso teria desviado cerca de R$ 7 milhões pertencentes a Paolo Guerrero, Gabriel Jesus, Ramires, João Rojas, Titi, Raniel, Christian Cueva, Donatti, Tarouco, Obina e Paulo Roberto Falcão.

A corporação também identificou indícios de problemas no FGTS do ex-técnico Felipão.

A PF aponta que o esquema seria comandado pela advogada Joana Costa Prado Oliveira, que utilizava contatos dentro da Caixa Econômica Federal para liberar valores de maneira irregular. 

Ela já teve a carteira da OAB suspensa pelo Tribunal de Ética e Disciplina da OAB-RJ após um processo instaurado para apurar sua conduta.

Como a operação Fake Agents evoluiu

A investigação avançou em três fases distintas:

  • A primeira etapa começou após a descoberta de uma fraude milionária envolvendo o FGTS de Paolo Guerrero.
  • No segundo momento, os agentes identificaram a participação direta de uma advogada, responsável por falsificar documentos e coordenar os golpes.
  • Na fase atual, a PF passou a apurar o envolvimento de funcionários da Caixa no Rio de Janeiro suspeitos de facilitar os saques irregulares.

Mandados, apreensões e novas vítimas identificadas

A operação desta quinta-feira incluiu quatro mandados de busca e apreensão. Três foram cumpridos em residências de bancários nos bairros da Tijuca, Ramos e Deodoro. O outro ocorreu em uma agência da Caixa no Centro do Rio.

Foram recolhidos celulares, computadores e documentos que devem ajudar na identificação de mais vítimas.

A investigação teve início quando um banco privado alertou para a abertura de uma conta em nome de Paolo Guerrero com documentos falsificados. Por meio dessa fraude, R$ 2,2 milhões teriam sido desviados do FGTS do jogador.

Esquema operava desde 2014

A PF afirma que a quadrilha atuava de forma estruturada há mais de uma década. O grupo reunia empresários, bancários, advogados e até ex-jogadores para facilitar o desvio de valores.

O método de atuação seguia etapas bem definidas:

  1. Identificar jogadores recém-desligados de clubes, com valores pendentes de FGTS.
  2. Produzir assinaturas e documentos falsos para liberar o acesso ao benefício.
  3. Abrir contas bancárias em nome das vítimas.
  4. Transferir o dinheiro desviado para contas de laranjas, dificultando o rastreamento.

Os envolvidos devem responder por crimes como falsificação de documento público, estelionato e associação criminosa.

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Aécio de Paula
Aécio de Paula
Jornalista formado pela Universidade Católica de Pernambuco (Unicap) e pós-graduado em Direitos Humanos pela mesma instituição. Atua na produção, edição e apuração de conteúdos sobre política, economia, sociedade e cultura, com experiência em redações e portais de notícia.

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