O Microempreendedor Individual vai precisar redobrar a atenção a partir de 2026. A Reforma Tributária começa a sair do papel e traz mudanças práticas que atingem diretamente a rotina do MEI, especialmente na forma de emitir notas fiscais, pagar impostos e calcular preços.
As alterações não acabam com o regime do MEI, mas exigem mais organização e controle financeiro. Com novas regras previstas e outras ainda em discussão, o microempreendedor já precisa se preparar para evitar surpresas no caixa e problemas fiscais nos próximos anos.
O que muda para o MEI a partir de 2026
A partir de 2026, o MEI começa a sentir os primeiros efeitos concretos da nova lógica tributária.
Mesmo permanecendo como Microempreendedor Individual, o funcionamento do regime passa por ajustes que impactam o dia a dia do negócio, principalmente na emissão de documentos fiscais e na formação dos preços.
Segundo orientações da Santa Contabilidade, as mudanças vão além da teoria e afetam diretamente a rotina financeira, o controle das operações e até a competitividade do MEI no mercado, exigindo planejamento desde já.
Mudanças já previstas e confirmadas para o MEI
Nem todos os pontos da Reforma Tributária estão totalmente definidos, mas algumas alterações já fazem parte do desenho do novo sistema. Entender o que já está confirmado ajuda o MEI a se organizar com antecedência.
Entre as principais mudanças previstas estão:
- Nota fiscal obrigatória: a partir de 2026, o MEI deverá emitir nota fiscal em todas as vendas e prestações de serviços, inclusive para pessoas físicas
- Nota fiscal nacional: a emissão será feita por meio de um modelo eletrônico padronizado, válido tanto para produtos quanto para serviços
- Reajuste do DAS: com a unificação de ISS e ICMS e o aumento do salário mínimo, a guia mensal do MEI deve ficar entre R$ 80 e R$ 90
Faturamento e custos do MEI entram em debate
O limite de faturamento anual do MEI segue em discussão. Atualmente fixado em R$ 81 mil, existem propostas que sugerem elevar o teto para R$ 120 mil ou até R$ 140 mil por ano.
No entanto, não há garantia de que essas mudanças sejam aprovadas até 2026.
Mesmo continuando no Simples Nacional, o MEI também será afetado de forma indireta pela unificação dos tributos IBS e CBS. Com isso, insumos e produtos podem ficar mais caros, pressionando os custos e exigindo atenção maior na formação dos preços.
Impacto da unificação de impostos na precificação
A criação de novos tributos sobre o consumo tende a elevar o custo de compra do MEI. Embora isso não apareça diretamente na guia mensal, o impacto é sentido no lucro final do negócio.
Entre os principais efeitos estão:
- Insumos mais caros: matérias-primas e produtos chegam ao MEI com carga tributária maior
- Margem de lucro reduzida: sem reajuste de preços, o empreendedor pode vender mais e ganhar menos
- Necessidade de cálculo constante: entender custos, lucro e retirada pessoal evita prejuízos silenciosos
Como o MEI pode se preparar desde agora
Para 2026, a palavra-chave é organização. Mesmo sem obrigação legal de manter contabilidade formal, o MEI precisa acompanhar de perto receitas, despesas, emissão de notas e crescimento do negócio para evitar erros fiscais e decisões mal planejadas.
A Santa Contabilidade destaca que conversar com um contador é fundamental para entender questões como lucros isentos, declaração correta do Imposto de Renda Pessoa Física e preparação para uma possível migração ao Simples Nacional, caso o faturamento aumente.