O reajuste do salário mínimo para R$ 1.627, previsto para entrar em vigor em 2026, vai impactar diretamente a contribuição mensal de quem atua como Microempreendedor Individual (MEI).
Com a mudança, o valor pago por meio do Documento de Arrecadação do Simples Nacional (DAS-MEI) será atualizado, exigindo mais atenção dos trabalhadores para evitar atrasos e problemas com o CNPJ.
A alteração atinge não apenas o bolso, mas também o planejamento financeiro dos microempreendedores.
Segundo especialistas, compreender como funciona o cálculo do DAS e se organizar com antecedência é essencial para manter o negócio regular e garantir o acesso aos benefícios previdenciários.
Quanto o MEI vai pagar a partir de 2026
Com o novo salário mínimo, a contribuição mensal do MEI passará a variar entre R$ 82,35 e R$ 87,35, dependendo da atividade exercida. O reajuste ocorre porque a maior parte do valor do DAS corresponde a 5% do salário mínimo vigente, o que faz com que qualquer mudança na base salarial reflita automaticamente na taxa mensal.
O contador Daniel Carvalho explica que essa relação direta exige atenção redobrada. “Para evitar atrasos e irregularidades no CNPJ, é essencial que os trabalhadores se planejem para a mudança”, alerta.
Situação do MEI Caminhoneiro
No caso do MEI Caminhoneiro, os valores são mais elevados. Em 2026, a contribuição mensal ficará entre R$ 196,24 e R$ 200,24, variando conforme o tipo de carga transportada e o destino.
Nesse modelo, o cálculo considera 12% do salário mínimo destinados ao INSS, além das mesmas quantias pagas pelo MEI tradicional referentes ao ICMS e ao ISS.
Erros comuns no planejamento do MEI
Com o aumento da contribuição, alguns equívocos podem comprometer a saúde financeira do negócio. Daniel Carvalho chama atenção, principalmente, para a falta de planejamento na formação de preços e para o atraso no pagamento do DAS.
“Outro problema frequente é deixar o pagamento do DAS para depois, achando que não faz tanta diferença. Quando percebem, já acumularam boletos em atraso, com multa e juros”, completa.
Atraso no DAS pode afetar benefícios e o CNPJ
Além das multas e juros, o não pagamento da contribuição mensal pode trazer consequências mais sérias. O atraso recorrente pode colocar em risco o acesso a benefícios do INSS, como auxílio-doença, salário-maternidade e aposentadoria.
Se a situação persistir, o CNPJ do MEI pode ficar irregular, dificultando a obtenção de empréstimos, a emissão de certidões e a assinatura de contratos com empresas de maior porte.
Atenção ao limite de faturamento anual
Para quem está próximo do limite anual de faturamento, a recomendação é ainda mais cautelosa. Atualmente, o teto é de R$ 81 mil por ano, e ultrapassá-lo sem planejamento pode gerar cobranças inesperadas.
“O mais importante é anotar tudo o que entra, mês a mês, para não ultrapassar o limite sem perceber. Muitos MEIs acabam passando do teto porque não acompanham o faturamento”.
“Nesses casos, buscar orientação de um contador faz toda a diferença para planejar a mudança de categoria no momento certo e evitar multas ou cobranças inesperadas de impostos”, completa Daniel Carvalho.
Valores de contribuição do MEI em 2026
Confira como ficam as contribuições mensais com o novo salário mínimo:
MEI por setor em 2026:
- Comércio e Indústria – R$ 82,35
- Serviços – R$ 86,35
- Comércio e Serviços – R$ 87,35
- MEI Caminhoneiro – entre R$ 196,24 e R$ 200,24