terça-feira,
2 de dezembro de 2025

Queda no seguro-desemprego surpreende analistas nos EUA

Pedidos de seguro-desemprego nos EUA caem para 216 mil na última semana, mostram dados do Departamento de Trabalho, reforçando ambiente mais favorável

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Os pedidos de seguro-desemprego nos Estados Unidos recuaram na última semana e apontam um cenário de maior fôlego para o mercado de trabalho americano. O país registrou 216 mil solicitações no período encerrado em 22 de novembro, resultado mais baixo que o da semana anterior.

A nova atualização, divulgada pelo Departamento de Trabalho nesta quarta-feira (26), reforça o movimento recente de oscilação controlada nas demandas por assistência aos trabalhadores demitidos.

O dado anterior, referente aos sete dias até 15 de novembro, passou por revisão. Inicialmente calculado em 220 mil pedidos, o volume acabou corrigido para 222 mil. Dessa forma, a diferença entre as duas semanas mostra queda de 6 mil solicitações.

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Revisões e impacto no acompanhamento semanal 

As revisões são comuns e ajudam a calibrar o ritmo real do mercado. O indicador funciona como um termômetro semanal da atividade econômica dos EUA, acompanhando de perto como as demissões evoluem.

O Federal Reserve (Fed) observa de forma cuidadosa esses números, já que o emprego é uma das bases de sua atuação. 

O banco central iniciou um ciclo de cortes de juros com o objetivo de fortalecer a geração de postos de trabalho, reduzindo as taxas em 0,25 ponto percentual em setembro e outubro, após nove meses de estabilidade. Atualmente, os juros estão entre 3,75% e 4% ao ano.

Média móvel também mostra alívio

A média móvel das últimas quatro semanas do seguro-desemprego também atua como referência importante. 

No levantamento mais recente, o volume ficou em 223.750 pedidos, o que representa queda de 1 mil em relação ao dado revisado da semana anterior. A média anterior havia sido ajustada de 224.250 para 224.750.

Mas o que tudo isso tem a ver com você?

Mesmo que os pedidos de seguro-desemprego nos Estados Unidos pareçam um assunto distante da realidade brasileira, esses indicadores têm impacto direto — ou indireto — sobre o bolso de quem vive no Brasil.

Isso acontece porque o mercado de trabalho americano influencia as decisões do Federal Reserve, que, por sua vez, dialogam com o cenário econômico global.

Quando os pedidos de seguro-desemprego caem, como ocorreu nesta última leitura, o Fed tende a interpretar o dado como um sinal de estabilidade no emprego. 

Esse tipo de movimento pode influenciar o ritmo dos cortes de juros nos Estados Unidos. E cada decisão tomada por lá mexe com a cotação do dólar, com o apetite de investidores internacionais e com o fluxo de capital para países emergentes, como o Brasil.

Para o consumidor brasileiro, isso se reflete principalmente nos preços. Um dólar mais forte pode encarecer produtos importados, combustíveis, itens industrializados e até insumos que a indústria nacional utiliza. Já um dólar mais fraco alivia parte dessa pressão. 

Assim, os números semanais do seguro-desemprego acabam funcionando como um indicador antecipado da direção que a economia americana pode tomar — e, consequentemente, de como isso pode chegar ao cotidiano dos brasileiros, seja no supermercado, no posto de gasolina ou nas condições de crédito.

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Aécio de Paula
Aécio de Paula
Jornalista formado pela Universidade Católica de Pernambuco (Unicap) e pós-graduado em Direitos Humanos pela mesma instituição. Atua na produção, edição e apuração de conteúdos sobre política, economia, sociedade e cultura, com experiência em redações e portais de notícia.

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