Presidente do INSS é convocado a explicar fila de espera

Presidente do INSS, Guilherme Serrado, foi convocado pelo Senado Federal para explicar as filas de espera para benefícios da instituição

O presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Guilherme Serrado, recebeu uma convocação do Senado Federal. Ele terá que explicar o motivo de ainda existirem as chamadas filas de espera para o recebimento de benefícios sociais da autarquia. O pedido de convocação foi feito pelo senador Nelsinho Trad (PSD-MS).

O congressista fez o pedido para a Comissão de Transparência, Fiscalização e Controle (CTFC). A ideia é que eles realizem uma espécie de audiência pública com Guilherme Serrano. A decisão sobre este pedido foi tomada na última terça-feira (4), quando a comissão se reuniu.

Nas contas do senador Nelsinho Trad, existem atualmente mais de 1,8 mil pessoas aguardando pelo recebimento de benefícios sociais. Imagina-se que boa parte destes cidadãos realmente precisem do dinheiro, mas que por problemas no sistema de análise do INSS, não estejam conseguindo receber nada.

Há casos de cidadãos que esperam por uma resposta há vários meses.

O próprio INSS admite que a fila de espera para o recebimento de auxílios previdenciários existe. De acordo com a autarquia, mais de 500 mil pessoas com algum grau de deficiência física e/ou intelectual ainda estão aguardando a aprovação para entrada no Benefício de Prestação Continuada (BPC), por exemplo.

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“Outro problema enfrentado no INSS em relação à fila está na greve dos peritos, que durou meses, deixou várias pessoas sem receber benefícios e causou um acúmulo de mais 108 mil pessoas na espera. Sabemos que a demora na análise desses processos agrava ainda mais a situação de vulnerabilidade social”, disse o senador.

Robôs do INSS

Desde o último mês de maio, o INSS começou a utilizar robôs para analisar os pedidos dos benefícios. O sistema de inteligência artificial pode analisar solicitações de aposentadoria, pensões e até mesmo do auxílio-doença.

Dados da autarquia apontam que desde que o novo sistema foi adotado, a fila de espera passou por uma redução. As maiores quedas no período de espera aconteceram nos pedidos de aposentadorias por tempo de contribuição e também por idade.

Considerando o período de tempo que vai de maio até agosto deste ano, a fila para estes pedidos específicos caiu 25%, passando de 460 mil pessoas para 344 mil.

Contudo, analistas seguem batendo na tecla de que boa parte dos pedidos estariam sendo indeferidos de maneira indevida.

“O robô acaba indeferindo tudo porque os cadastros normalmente têm erros. Esse trabalho precisa ser feito por um servidor, um ser humano. A máquina não está preparada para isso”, disse Diego Cherulli, vice-presidente do Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário, em entrevista ao portal G1.

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