Governo estuda mudanças nos financiamentos de casas com FGTS
Ministro diz que já iniciou conversas com a Caixa Econômica Federal em torno de mudanças no sistema de financiamento de casas com o dinheiro do FGTSO Ministro das Cidades, Jader Filho (MDB) disse em entrevista nesta quarta-feira (12), que o Governo Federal prepara nova mudanças para o uso do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). De acordo com ele, será necessário realizar alterações no sistema de compra de casas.
Na visão de Jader Filho, o Governo Federal precisa atuar para liberar o financiamento para mais pessoas humildes. Hoje, apenas quem tem rendimento bruto de até R$ 8 mil pode utilizar os recursos do FGTS para financiar habitações populares pelo sistema do Minha Casa Minha Vida.
“Nós tivemos 2 movimentos que nós fizemos: o 1º de conversar com a Caixa e a direção do FGTS para que nós pudéssemos fazer primeiro, nas regiões mais pobres do país, diminuir a taxa de juros, aumentar o número de parcelas e aumentar o valor do subsídio, com isso diminuindo o valor da entrada, que é o grande problema“, disse o Ministro.
“O problema dessas pessoas não é pegar o financiamento, o problema delas é pagar a entrada”, seguiu ele. “Tanto na faixa 1, quanto na faixa 2, nós vamos zerar a entrada das pessoas e com isso ampliando o número das pessoas que vão acessar o financiamento”, completou o Ministro na entrevista.
O uso do FGTS
Hoje, o FGTS pode ser usado em algumas situações específicas. São os casos, por exemplo, de demissões sem justa causa. Há também liberações para pessoas que foram vítimas de desastres naturais, e também para o financiamento de casas, como dito pelo Ministro Jader Filho.
Nesta semana, um dos colegas de governo de Filho, o Ministro do Trabalho, Luiz Marinho (PT), disse que não concorda com a liberação do FGTS para a compra de carros. Em conversa com jornalistas, ele disse que este sistema poderia desvirtuar a real função do Fundo de Garantia.
“Não sei se tem alguém do governo que tem alguma posição. A minha posição, como ministro do Trabalho, é radicalmente contra”, disse o Ministro logo depois de participar de uma reunião em uma comissão na Câmara dos Deputados.
Marinho também voltou a criticar o sistema de saque-aniversário do FGTS, que foi estabelecido ainda durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“O saque-aniversário criou farra do sistema financeiro com o Fundo de Garantia. Hoje, dos R$ 504 bilhões depositados na conta-corrente dos correntistas, já temos quase R$ 100 bilhões alienados pelos bancos em empréstimo consignado do Fundo de Garantia, a partir do formato do saque-aniversário”, disse ele.