Lira defende adiamento do debate sobre Reforma do Imposto de Renda

Para presidente da Câmara dos Deputados, Governo Federal corre sério riscos se começar a debater a Reforma do Imposto de Renda agora
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A ideia do Governo Federal de começar a debater já em agosto o texto da Reforma do Imposto de Renda não parece ter agradado o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). Em declaração nesta semana, o deputado disse que o Planalto corre sérios riscos com este movimento.

Lira não disse que é contrário a uma Reforma do Imposto de Renda. Contudo, ele defendeu que o Governo Federal precisa se preocupar primeiro em concluir a votação do texto da Reforma Tributária. O documento já foi aprovado pela Câmara, mas ainda precisa passar pelo Senado Federal.

“Não pude me expressar publicamente nem conversar mais especificadamente com o ministro [da Fazenda, Fernando] Haddad, mas eu acho politicamente um risco grande você abrir vários flancos de discussão”, disse o presidente da Câmara dos Deputados em reunião com empresários.

“Enquanto se está discutindo a reforma tributária no Senado e vem com outro viés agora antes da finalização da reforma, [isso] pode embolar esse meio de campo”, seguiu Arthur Lira ao comentar o desejo do Governo de antecipar a discussão sobre a Reforma do Imposto de Renda.

“Se a minha opinião for perguntada, eu vou dizer: vamos esperar terminar a reforma tributária, para que a gente avance nesse outro aspecto de taxação da renda e dos fundos para um momento de mais discussão, mais apurada, única e centralizada”, pontuou ele.

Diferença entre as Reformas

Embora os nomes sejam parecidos, o fato é que a Reforma do Imposto de Renda trata de um universo diferente daquele apresentado pela Reforma Tributária. Esta última tem o objetivo de simplificar o sistema de pagamento de impostos sobre consumo e serviços.

Em resumo, o texto que já foi aprovado na Câmara dos Deputados prevê a união dos atuais cinco impostos (IPI, Pis, Cofins, ICMS e ISS). A ideia é que todos eles sejam cobrados juntamente no IVA, que vai ter a gestão dividida entre a União, os estados e os municípios.

Já a Reforma do Imposto de Renda prevê uma mudança no sistema de cobrança de impostos sobre a renda dos cidadãos. Neste sentido, é até provável que o tema levante um debate ainda maior, porque envolve a taxação dos ganhos dos trabalhadores.

Embora o texto oficial ainda não tenha sido divulgado, o Ministro da Fazenda Fernando Haddad (PT) já adiantou que a ideia geral é passar a cobrar mais impostos dos ricos e menos impostos dos pobres do país.

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