Ministro diz o que acha de tirar o Bolsa Família do seu Ministério
Em entrevista ao jornal O Globo, Ministro Wellington Dias (PT) disse o que acha sobre o assédio do centrão ao seu cargo, e sobre mudanças no Bolsa FamíliaDesde que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) confirmou que vai realizar uma reforma ministerial, um grande mistério segue no ar. Afinal de contas, quais serão os ministérios que serão impactados e quais serão preservados? De antemão, uma coisa é certa: o Bolsa Família está na mira.
Estamos falando do Ministério do Desenvolvimento Social, Família e Combate à Fome. A pasta é responsável pelos pagamentos do maior programa de transferência de renda do país: o Bolsa Família. Até mesmo por isso, o orçamento deste ministério é o maior de toda esplanada, somando mais de R$ 200 bilhões.
O que diz Lula sobre o Bolsa Família
Em entrevista recente, no entanto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tratou de jogar panos quentes nesta história. De acordo com o petista, este é um “ministério seu” e não será entregue ao centrão. Ele deu esta declaração em entrevista concedida à TV Record.
“Esse ministério é meu. Esse não sai, a saúde não sai. Não é o partido que quer vir para o governo que vai pedir ministério, é o governo que oferece o ministério”, declarou o petista.
Qual a opção?
Desde esta declaração, o centrão desistiu deste ministério, certo? Errado. De acordo com informações de bastidores, membros deste grupo político começaram a pensar em uma espécie de plano B, para tentar convencer o presidente Lula a realizar a troca.
A opção seria retirar o Bolsa Família do Ministério do Desenvolvimento Social, e entregar o Ministério ao centrão. Assim, o governo poderia dividir os orçamentos das duas pastas.
O que diz o Ministro sobre a ideia
Mas o Ministro do Desenvolvimento Social não parece gostar nada desta ideia. Em entrevista concedida ao jornal O Globo nesta quinta-feira (3), Wellington Dias (PT) disse que esta medida teria sido tomada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e não teria dado certo.
“O Auxílio Brasil ficou separado das outras políticas. Consequência: cresceram pobreza, extrema pobreza e fome e desarticulou a vida dos mais pobres. Não é razoável essa separação”, disse Dias.
“Ter outro ministro no meu lugar, é Lula quem decide. Estou aqui pela vontade e confiança nele. Não posso negar que estou entusiasmado com o trabalho que estamos fazendo, mas é ele quem tem poder de decisão sobre sua equipe.”
Uma definição geral sobre o futuro dos seus ministérios deverá ser tomada por Lula dentro de mais alguns dias. O petista vem participando de uma série de reuniões internas para tomar uma decisão final em breve.