INSS deve apostar em atendimentos humanizados, diz presidente do Instituto

Em entrevista, presidente do INSS disse que não se orgulha do tamanho da fila de espera para o recebimento de benefícios. Mais de 1 milhão aguardam respostas
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O presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Alessandro Stefanutto, disse em entrevista nesta terça-feira (17), que a autarquia deve seguir apostando em um “atendimento humanizado” como resposta à fila de espera, que já alcança mais de 1 milhão de pessoas em todas as regiões do país.

“No INSS, atendemos 38 milhões de pessoas por mês, é natural que algum problema aconteça. Mas como lidamos com isso? Com respeito ao brasileiro, temos que ter um canal direto. Estamos tirando a ideia de que o processo é um só um papel e que não tem ninguém por traz”, disse o presidente do INSS.

Atualmente, existem nada menos do que 1.062.802 agendamentos pendentes de perícias presenciais no INSS. São mais de 1,1 milhão de demandas represadas.

Desde o início do ano, o ministro da previdência, Carlos Lupi (PDT) vem prometendo que vai conseguir reduzir drasticamente o tamanho da fila de espera do INSS. Contudo, o fato é que até o mês de setembro, esta queda brusca ainda não foi percebida.

“O número impressiona, mas o INSS recebe cerca de 1 milhão de requerimentos por mês. A fila não foi criada no nosso governo, ela vem de tempos”, disse Stefanutto.

Equilíbrio

Na mesma entrevista concedida ao jornal Correio Braziliense, Stefanutto defendeu que a saúde do INSS depende necessariamente da formação de novos empregos. Ele lembrou que o país tem cada vez mais aposentados, e cada vez menos contribuintes.

“A sociedade brasileira está envelhecendo. Isso implica em menos gente trabalhando e mais aposentada. Algo muito importante para dar sustentabilidade ao sistema é manter o nível de emprego”, disse ele.

“Como se financia a Previdência? Quem trabalha, paga, e quem tá aposentado recebe de quem trabalha. Esse é o ciclo intergeracional”, ressaltou Stefanutto.

Projeto para reduzir fila do INSS

Dentro de mais alguns dias, o Senado Federal deverá começar a analisar o projeto de lei de autoria do governo federal que estabelece um programa de redução da fila de espera por perícias médicas dentro do âmbito do INSS.

O documento em questão já foi aprovado em regime de urgência pela Câmara dos Deputados no início deste mês de outubro. Entre outros pontos, a medida prevê o pagamento de bônus para que servidores trabalhem por mais tempo e consigam atender mais pedidos por dia.

Uma das inovações do texto na Câmara é a liberação da possibilidade de teleperícia para tentar resolver ao menos uma parte do problema. Esta medida, no entanto, vem sendo criticada por boa parte dos peritos médicos.

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