Desemprego nos EUA surpreende com queda nos pedidos de auxílio: entenda os dados

Apesar de feriado e sinais de esfriamento da economia, número de novos pedidos de auxílio-desemprego caiu na última semana
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Em um movimento inesperado, os pedidos semanais de auxílio-desemprego nos Estados Unidos recuaram na última semana. 

Segundo dados divulgados nesta quinta-feira (10) pelo Departamento do Trabalho, houve uma queda de 5 mil solicitações, totalizando 227 mil pedidos com ajuste sazonal na semana encerrada em 4 de julho.

A expectativa dos analistas consultados pela Reuters era de 235 mil pedidos, número que acabou sendo superado pela realidade. A semana analisada inclui o feriado nacional de 4 de Julho, o que costuma tornar os dados mais voláteis.

Nível de emprego nos Estados Unidos

Apesar do recuo nos pedidos, o mercado de trabalho norte-americano continua sendo observado com cautela. Embora ainda considerado sólido por especialistas e membros do Federal Reserve (Fed), há sinais de leve enfraquecimento na geração de empregos.

O relatório mensal divulgado na semana passada apontou queda na taxa de desemprego, de 4,1%. No entanto, o número foi influenciado principalmente pela redução da força de trabalho. O país criou 147 mil vagas, desempenho acima do esperado.

As demissões preocupam, mas não causam pânico

Mesmo com o anúncio de demissões por quase 100 empresas em julho, incluindo gigantes como Microsoft e Intel, ainda não houve impacto direto na taxa de desemprego. 

O presidente do Fed, Jerome Powell, alertou que qualquer aumento nas dispensas pode elevar rapidamente o desemprego, considerando o atual cenário de baixa contratação e poucas demissões.

A instabilidade da política tarifária também tem sido apontada como fator que dificulta o planejamento de empresas, aumentando a cautela nas contratações.

Dificuldade para realocação após desemprego

Embora o número de novos pedidos tenha caído, os indicadores mostram que está mais difícil conseguir um novo emprego. A duração média do desemprego subiu em junho para 10,1 semanas, contra 9,5 semanas em maio, segundo o relatório mais recente.

Outro dado relevante: o número de pessoas que continuam recebendo o benefício após o primeiro pedido subiu em 10 mil, chegando a 1,965 milhão na semana encerrada em 28 de junho. Esse indicador é visto como termômetro da dificuldade de recolocação no mercado.

Por que os dados do seguro-desemprego nos EUA são importantes para o Brasil?

Acompanhar os números do seguro-desemprego nos Estados Unidos vai além da curiosidade internacional: esses dados influenciam diretamente os mercados globais, incluindo o brasileiro. 

Como a maior economia do mundo, os movimentos do mercado de trabalho norte-americano afetam decisões do Federal Reserve, que por sua vez impactam o dólar, os juros e até os investimentos no Brasil.

Além disso, mudanças na economia dos EUA podem influenciar exportações brasileiras, investimentos estrangeiros e o humor dos mercados financeiros, afetando bolsas, câmbio e a inflação por aqui.

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