Surpresa: mães do Bolsa Família têm mais chances de emprego
Estudo revela que mães que recebem o Bolsa Família têm mais chances de emprego formal e maior disponibilidade para o mercado de trabalhoO Bolsa Família não tem apenas efeito no orçamento das famílias mais pobres, mas também na inserção das mães no mercado de trabalho. Um levantamento recente mostra que mulheres que recebem o benefício registram índices mais altos de emprego formal quando comparadas a outros grupos.
Os dados fazem parte do artigo “Transferência de renda e participação feminina no mercado laboral: o caso do Programa Bolsa Família”, elaborado pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome.
Mães ganham espaço no mercado de trabalho
Segundo a pesquisa, houve um crescimento de 1,13 ponto percentual na participação de mães beneficiárias no mercado formal, o que significa um aumento de 7,4% em relação ao cenário anterior ao recebimento do benefício.
O efeito é ainda mais visível entre mães de crianças entre três e seis anos, que mostraram avanço significativo na ocupação com carteira assinada.
Disponibilidade para trabalhar cresce com o Bolsa Família
Outro destaque do estudo é que o programa aumenta em 4,2 pontos percentuais a probabilidade de mulheres declararem que estão disponíveis para aceitar um emprego.
Entre as mulheres em geral, um terço afirma não poder assumir uma vaga. Entre os homens, esse índice é de apenas 10%.
A principal justificativa feminina para a indisponibilidade é a necessidade de cuidar do domicílio e dos filhos.
Educação das crianças influencia nos resultados
O Bolsa Família também está diretamente ligado à educação. Para manter o benefício, o programa exige frequência escolar mínima:
- 60% para crianças de 4 e 5 anos;
- 75% para crianças e adolescentes de 6 a 18 anos incompletos.
Essa regra tem reflexo direto: os domicílios beneficiados apresentam 11,5 pontos percentuais a mais de chances de investir em educação, atividades extracurriculares e material escolar do que famílias que não recebem o auxílio.
Entendendo o Bolsa Família
O Bolsa Família é o principal programa de transferência de renda do Brasil, voltado para famílias em situação de pobreza e extrema pobreza.
Atualmente, o benefício médio gira em torno de R$ 680, podendo variar de acordo com a composição do núcleo familiar.
Há adicionais, como o Benefício Primeira Infância, que acrescenta R$ 150 por criança de até 6 anos, e o Benefício Variável Familiar, que garante R$ 50 extras para gestantes, crianças e adolescentes de 7 a 18 anos incompletos.
Entre os beneficiários, as mulheres são maioria, especialmente as mães que chefiam lares e assumem a responsabilidade pelo cadastro.
Essa centralidade feminina não é por acaso: além de garantir a segurança alimentar, o programa busca estimular a autonomia das mulheres, reforçando o papel delas tanto no cuidado dos filhos quanto na inserção no mercado de trabalho.