Haddad dispara contra supersalários e defende justiça no Imposto de Renda

Durante audiência no Senado, Fernando Haddad disse esperar que a reforma administrativa traga justiça semelhante à isenção do Imposto de Renda
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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou a defender nesta terça-feira (14) a importância de promover justiça econômica no país.

Durante uma audiência pública no Senado, ele afirmou esperar que a reforma administrativa cumpra o mesmo papel que o projeto de isenção do Imposto de Renda vem desempenhando.

A declaração foi feita durante o debate na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) sobre o projeto de lei que isenta do IR quem ganha até R$ 5 mil mensais. 

Haddad disse que o governo trabalha para equilibrar o sistema e corrigir distorções entre diferentes categorias do funcionalismo.

Reforma administrativa e Justiça fiscal 

O ministro ressaltou que a reforma administrativa precisa seguir o mesmo princípio de justiça que orienta o projeto do Imposto de Renda. Segundo ele, é hora de “fazer justiça” dentro do serviço público.

“Isso é um debate que está sendo feito agora, no âmbito da reforma administrativa, que eu espero que comece a fazer justiça. Assim como esse projeto tenta fazer”, afirmou Haddad.

Supersalários e respeito ao teto constitucional

Haddad respondeu a um questionamento do senador Fabiano Contarato (PT-ES) sobre a diferença salarial entre professores da educação básica e membros do Judiciário. 

O ministro destacou que aqueles que defendem a justiça deveriam ser os primeiros a respeitar a lei e o teto constitucional.

“Temos muito a avançar, sobretudo na comparação com categorias que não estão respeitando o piso constitucional, o que é muito lamentável. Aqueles que defendem o sistema jurídico brasileiro deveriam ser os primeiros a dar exemplo”, completou.

Contexto da audiência

A fala ocorreu durante a análise do projeto de lei que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda, uma das principais promessas econômicas do governo. 

O objetivo é aliviar o peso tributário sobre trabalhadores de renda média e reduzir desigualdades.

O desafio da Justiça Fiscal no Brasil

A discussão sobre justiça fiscal tem ganhado força nos últimos anos no Brasil. O termo se refere à busca por um sistema tributário mais equilibrado, no qual quem ganha mais contribua proporcionalmente mais, e os trabalhadores de renda média e baixa deixem de carregar o peso maior dos impostos.

Apesar de ser uma pauta antiga, as mudanças avançam lentamente no Congresso. 

Isso ocorre porque qualquer alteração impacta diretamente setores poderosos da economia e enfrenta resistência política de grupos que se beneficiam do modelo atual.

A proposta de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil é vista pelo governo como um passo inicial nessa direção, mas especialistas lembram que a reforma tributária completa ainda depende de articulação entre diferentes esferas de poder. 

A promessa de “justiça fiscal”, portanto, segue sendo um ideal em construção, e um dos maiores desafios da política econômica brasileira.

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