segunda-feira,
10 de novembro de 2025

Flávio Bolsonaro critica proposta de isenção do IR mesmo votando a favor: “É confisco”

Flávio Bolsonaro apoiou a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, mas criticou pontos do projeto durante votação no Senado

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A votação que promete aliviar o bolso de milhões de trabalhadores acabou gerando tensão no Senado. Durante a sessão desta quarta-feira (5), o senador Flávio Bolsonaro se posicionou a favor do projeto que amplia a isenção do Imposto de Renda, mas fez duras críticas ao texto aprovado.

O debate ocorreu enquanto os parlamentares analisavam a proposta que isenta trabalhadores com salários de até R$ 5 mil mensais. A medida também reduz alíquotas para quem recebe entre R$ 5.000,01 e R$ 7.350.

Senado aprova ampliação da isenção

O projeto, considerado urgente, segue agora para sanção presidencial. A expectativa, segundo os senadores, é que a mudança entre em vigor já em janeiro de 2026. 

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A proposta mantém pontos aprovados pela Câmara dos Deputados e foi relatada pelo senador Renan Calheiros.

Hoje, apenas quem ganha até R$ 3.076 está livre da cobrança do IR. A nova regra deve beneficiar cerca de 25 milhões de trabalhadores, enquanto a compensação virá do aumento da taxação sobre altos rendimentos, a partir de R$ 600 mil por ano.

Quem vai pagar mais imposto

O aumento da tributação será aplicado gradualmente para quem recebe acima de R$ 50 mil mensais, incluindo dividendos. 

A alíquota máxima será de até 10% e não afetará contribuintes que já pagam esse percentual.

Investimentos ligados ao setor imobiliário e ao agronegócio seguem com isenção, como fundos imobiliários e letras de crédito.

Críticas de Flávio Bolsonaro

Mesmo apoiando a aprovação, Flávio Bolsonaro alertou para um possível impacto negativo sobre profissionais liberais que não estão no Simples Nacional:

“São advogados, médicos, produtores culturais… Isso é um confisco. É o Estado ganhando mais dinheiro com o empreendimento do que o próprio empreendedor.”

O parlamentar do PL-RJ defendeu que as mudanças poderiam corrigir o que considera distorções no atual sistema.

Outras opiniões: 

  • Weverton (PDT-MA) apontou que a forma de cobrança ainda privilegia especuladores.
  • Esperidião Amin (PP-SC) criticou a incidência sobre rendimentos de previdência privada.
  • Jayme Campos (União-MT) defendeu que aposentadorias não deveriam sofrer tributação.

Os destaques retirados 

Três emendas seriam votadas separadamente, mas Carlos Portinho (PL-RJ) retirou os pedidos após compromisso de que as discussões serão retomadas em outro texto: o PL 5.473/2025. Esse novo projeto deve tratar:

  • tributação de profissionais liberais
  • lucros e dividendos enviados ao exterior
  • prazos da cobrança sobre dividendos

A matéria também deverá elevar a CSLL de instituições financeiras e aumentar a fatia do governo sobre as apostas esportivas.

Segundo Renan Calheiros, o objetivo é concluir essa votação até terça-feira.

Proposta vista como avanço social

A senadora Eliziane Gama destacou que a ampliação da isenção do IR representa redistribuição de renda. 

Para ela, a cobrança adicional sobre os mais ricos não deve gerar impacto negativo, mas pode transformar a vida de famílias de baixa renda.

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Aécio de Paula
Aécio de Paula
Jornalista formado pela Universidade Católica de Pernambuco (Unicap) e pós-graduado em Direitos Humanos pela mesma instituição. Atua na produção, edição e apuração de conteúdos sobre política, economia, sociedade e cultura, com experiência em redações e portais de notícia.

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