O ministro Wellington Dias, responsável pelo Desenvolvimento e Assistência Social, anunciou que o Bolsa Família não sofrerá aumento no próximo ano.
Durante uma entrevista ao portal JOTA, ele explicou que a situação econômica atual – caracterizada por uma inflação controlada, preços dos alimentos estáveis e a desvalorização da moeda – assegura que os beneficiários manterão seu poder de compra, tornando desnecessário qualquer reajuste.
Atualmente, o valor médio pago pelo programa é de R$ 683,42.
De acordo com Dias, a prioridade do governo é encontrar um equilíbrio entre a assistência social e a responsabilidade fiscal. Ele salientou que o programa é temporário, com o objetivo de auxiliar famílias em situação de vulnerabilidade, sem, no entanto, substituir empregos ou iniciativas empreendedoras.
O ministro assegurou que “não faltará dinheiro para o que os mais pobres precisam”, mas enfatizou que o objetivo atual é preservar os avanços conquistados em termos de estabilidade econômica.
Ele mencionou que o governo alcançou uma melhor eficiência na administração do programa, resultando em uma diminuição das despesas públicas e na retirada de milhões de pessoas da pobreza extrema. Segundo o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), essa melhoria representa uma economia anual em torno de R$ 15 bilhões.
Dias também se pronunciou sobre a restrição imposta a famílias unipessoais no programa, que desde agosto passaram a representar no máximo 16% dos beneficiários, a fim de prevenir fraudes.
Esta decisão gerou questionamentos por parte da Defensoria Pública da União (DPU), mas o ministro reiterou que as portas para discussões sobre ajustes permanecem abertas.
Ele ressaltou que o governo notou distorções entre 2022 e 2024, período em que houve um aumento significativo de cadastros individuais.
Além disso, Dias criticou a administração do programa quando foi substituído pelo Auxílio Brasil, citando que as alterações no Cadastro Único contribuíram para a ocorrência de 4,3 milhões de irregularidades e fraudes, resultando em um desvio de aproximadamente R$ 34 bilhões.
Assim, o ministro reafirmou que, em 2026, a prioridade do governo será garantir a estabilidade do programa e o combate a fraudes, sem implementar novos aumentos, mas focando na assistência aos que realmente necessitam.