A partir de 1º de janeiro de 2026, o orçamento de milhões de lares brasileiros contará com um reforço significativo. O Benefício de Prestação Continuada (BPC), pago pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), terá seu valor atualizado para R$ 1.621,00.
O montante reflete o novo piso nacional estabelecido pelo governo, consolidando a política de valorização do salário mínimo que considera, além da inflação acumulada, o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB).
Diferente de aposentadorias e pensões previdenciárias, o BPC possui caráter assistencial. No entanto, sua indexação ao salário mínimo é o que garante a manutenção do poder de compra para uma das parcelas mais sensíveis da população: idosos acima de 65 anos e pessoas com deficiência (PCD) que não possuem meios de prover a própria subsistência.
O impacto econômico nas famílias de baixa renda
Para quem vive em situação de vulnerabilidade social, cada real acrescido ao benefício atua como um escudo contra a insegurança alimentar.
De acordo com especialistas em economia doméstica, o salto para R$ 1.621 é um instrumento vital para equilibrar as contas com medicamentos, moradia e itens básicos de consumo.
Diferente dos segurados do Regime Geral de Previdência Social, os beneficiários do BPC (conhecido juridicamente como LOAS) não têm direito ao 13º salário ou à pensão por morte para dependentes.
Por essa razão, o reajuste anual do valor mensal torna-se o principal mecanismo de ajuste financeiro para este público.
Regras de elegibilidade e o papel do CadÚnico
Embora o aumento seja automático para quem já está na folha de pagamento, a manutenção do direito exige rigor administrativo. O critério fundamental para o recebimento do novo valor permanece a renda familiar per capita de até um quarto do salário mínimo.
Com o novo piso, esse limite também sobe proporcionalmente, permitindo que novas famílias se enquadrem no programa.
A peça-chave para a continuidade do pagamento é o Cadastro Único (CadÚnico). O Ministério do Desenvolvimento Social e o INSS alertam que dados desatualizados podem levar à suspensão imediata do benefício.
Calendário e formas de consulta
Os depósitos referentes ao novo valor começam a ser liberados na última semana de janeiro de 2026, seguindo o cronograma habitual do INSS, que se baseia no dígito final do Número de Identificação Social (NIS).
Para evitar filas desnecessárias nas agências bancárias ou nos postos do INSS, o beneficiário pode realizar a consulta completa pelo portal ou aplicativo Meu INSS.
Nele, é possível visualizar o extrato de pagamento e confirmar o valor reajustado sem sair de casa. É importante reforçar que não há pagamentos retroativos ao ano de 2025; a nova cifra de R$ 1.621 é exclusiva para as competências a partir de janeiro de 2026.
Reflexos além do benefício
O novo salário mínimo não altera apenas o valor direto depositado no cartão magnético.
Ele também expande a margem consignável, permitindo que o beneficiário acesse linhas de crédito com juros reduzidos em casos de emergência, e altera os tetos de participação em programas de descontos em tarifas de energia elétrica (Tarifa Social) e distribuição gratuita de medicamentos.