Governo vai investigar solteiros que recebem Auxílio Brasil

Alta no número de pessoas que moram sozinhas e que ainda assim recebem o Auxílio Brasil deverá ser investigada pelo Ministério da Cidadania
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O Governo Federal deverá iniciar uma investigação sobre as contas das pessoas que recebem o dinheiro do Auxílio Brasil mesmo morando sozinhas. Via de regra, não há nada de errado em ser solteiro e receber o benefício, mas há um movimento de aumento no número destes usuários que preocupa o Ministério da Cidadania.

Entre o final do ano passado e hoje, estima-se que mais de 5 milhões de pessoas que moram sozinhas tenham entrado no Auxílio Brasil. Em termos percentuais, estamos falando de uma elevação de 15% para 26% do público do programa social. Este movimento indica que mais solteiros se candidataram para receber o programa.

A regra atual do Auxílio Brasil indica que os pagamentos do programa possuem um patamar mínimo de R$ 600 nos repasses. Este valor serve tanto para as famílias mais numerosas, como para aquelas formadas por apenas uma pessoa. Esta regra pode ter favorecido o crescimento de fraudes.

A suspeita do Ministério da Cidadania é de que ao estarem cientes desta regra, algumas famílias tenham optado por desmembrar os seus indivíduos. Assim, uma pessoa que mora junto com os outras se registra no Cadúnico em um novo endereço fictício e passa a receber o dinheiro individualmente.

Não é possível cravar que é isto o que está acontecendo de fato, mas é possível dizer que o movimento de aumento no número de solteiros indica que esta é uma possibilidade real. A investigação seguirá pelas próximas semanas, e algumas contas poderão ser excluídas já no próximo mês.

Alerta no Auxílio

Vale lembrar que este movimento de crescimento no número de solteiros no Auxílio Brasil não é novo. Desde o final do ano passado, o Ministério da Cidadania vem recebendo uma série de reclamações de órgãos da sociedade civil sobre o tema.

No entanto, a pasta só decidiu iniciar a investigação sobre este assunto no último dia 4 de novembro, ou seja, pouco depois do segundo turno das eleições presidenciais. É o que revela uma reportagem publicada  pelo jornalista Carlos Madeiro do Portal UOL.

Nesta semana, o Tribunal de Contas da União (TCU) disse que uma investigação interna aponta que o desenho do Auxílio Brasil seria precário, e pediu o retorno do Bolsa Família. Em declaração, o presidente em exercício do órgão, Bruno Dantas, chegou a citar o sistema de pagamentos do atual projeto.

“Algumas das conclusões que os auditores estão finalizando são de que o Auxílio Brasil tem incentivado o fracionamento de núcleos familiares, a fim de recebimento de recursos em volume maior, o que prejudica famílias que não podem ser decompostas numericamente, como por exemplo, uma mãe com dois ou três filhos pequenos”, disse o presidente do TCU.

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