Se depender do presidente do congresso nacional, Rodrigo Pacheco (PSD), o Bolsa Família deverá passar por uma mudança de regra muito em breve. Ao menos foi isso o que defendeu o senador durante um evento realizado na cidade de Londres nesta terça-feira (29).
A mudança indicada por Pacheco prevê uma alteração na permissão para que os usuários do Bolsa Família passem a ter a possibilidade de trabalhar e de empreender ao mesmo tempo. Segundo o presidente do senado, essa configuração poderia ajudar muitas pessoas.
“Uma ideia que considero absolutamente essencial é que esses programas possam ser coabitados com a possibilidade de os beneficiários terem carteira de trabalho e empreender”, disse ele.
“No momento em que tivermos a coabitação de quem recebe o programa social com a possibilidade de ter carteira assinada sem perder o benefício, vai ser um estímulo”, seguiu.
“(Esse estímulo vai servir) para que, daqui a alguns anos, eventualmente, nós diminuamos a necessidade de pessoas dependentes do programa social”, afirmou o presidente do Senado”, completou Rodrigo Pacheco.
“Preconceito”
No mesmo evento, Rodrigo Pacheco chegou a criticar pessoas que afirmam que os usuários do Bolsa Família só recebem o benefício para não trabalhar. De acordo com ele, essa seria uma visão preconceituosa do projeto social.
“Em um País decente e civilizado, é preciso combater desigualdades e cuidar daquilo que é emergencial, a fome e a miséria do seu povo, que ainda existem no Brasil, e por isso o programa é indispensável” disse ele.
“Óbvio que esses programas podem passar por revisitações que envolvam a correção de disfunções, o combate a fraudes e acolher quem realmente precisa”, completou.
O Bolsa Família hoje
Atualmente, as regras de entrada e de permanência no Bolsa Família já permitem que o mesmo cidadão receba o dinheiro do benefício e o salário de um emprego fixo ao mesmo tempo.
As únicas regras para o recebimento do benefício são ter uma renda per capita até R$ 218, além de uma conta ativa e atualizada no Cadúnico. Desde que o cidadão cumpra essas duas regras, ele estará apto a receber o Bolsa Família independente de ter um emprego formal ou não.
Entretanto, ao conseguir um emprego, naturalmente a sua renda per capita vai subir, o que pode fazer com que o cidadão perca o direito de receber o Bolsa Família. É justamente esse ponto que pode passar por uma alteração na visão do presidente do Senado Federal.
O Ministério do Desenvolvimento Social, pasta responsável pelos pagamentos do Bolsa Família, ainda não se manifestou sobre essa declaração de Rodrigo Pacheco.