Novo Bolsa Família vai ter cálculo por pessoa. Entenda

O Governo Federal se prepara para anunciar nesta quinta-feira (2) a nova versão do Bolsa Família. A expectativa é de que o Ministro do Desenvolvimento Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias (PT) e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) divulguem novos detalhes sobre o programa social.

De antemão, alguns pontos já podem ser discutidos. Segundo informações do Ministério, a nova versão do programa social deverá fazer uma diferenciação entre famílias maiores e menores. Assim, quanto mais pessoas residem em uma mesma casa, maior será o valor depositado na conta todos os meses.

No Auxílio Brasil, tal lógica não existia. No programa anterior, os repasses de R$ 600 eram pagos para todos os usuários. Assim, independente da quantidade de pessoas que residiam em uma mesma casa, o valor mínimo dos repasses eram sempre de R$ 600. Em declaração, o Ministro Wellington Dias criticou o sistema.

“Uma das correções importantes é um desajuste em que se pagava um valor fixo de R$ 600, independente do tamanho da família. Então aquela família unipessoal, aquele beneficiário que é só uma pessoa recebia R$ 600. Qual é a média? R$ 600 por pessoa. Do outro lado, tinha gente que ganhava uma média de R$ 30”, disse ele.

“Ou seja, famílias maiores ganhavam 20 vezes menos. Por exemplo, uma família com 10 adultos, ali ela recebia R$ 600, e a média era de R$ 60. Agora se faz uma correção e tem um pagamento médio de R$ 142, no mínimo, por pessoa. Por exemplo, nesta família de 10, passa-se a receber R$ 1.420”, completou.

Valor unitário do Bolsa Família

Pela nova lógica, o número de pessoas que residem em uma mesma casa vai definir qual será o valor do Bolsa Família. Vamos imaginar, por exemplo, uma família com cinco integrantes. Neste caso, o valor do repasse seria o de 5 vezes de R$ 142, que seria R$ 710.

Neste sentido, é possível que alguns usuários que fazem parte de famílias menores se preocupem com a nova regra. Afinal de contas, uma família com duas pessoas passaria a receber apenas R$ 284, caso a regra em questão fosse levada ao pé da letra.

Contudo, o Ministério vem indicando que no próximo mês de março seguirá valendo a norma que indica que ninguém poderá receber menos do que R$ 600 por mês. Assim, mesmo que uma família tenha poucos membros, ela ainda vai ter que receber o patamar mínimo de R$ 600.

Na prática, a tendência é que nenhum usuário passe a ganhar menos do que já recebe hoje. O que pode acontecer é um fenômeno contrário, com algumas famílias mais numerosas recebendo mais todos os meses.