FGTS: veja como ficou o julgamento sobre o sistema de correção
Entenda como decisão do Ministro Nunes Marques afeta diretamente o julgamento sobre a correção do FGTS dentro do Supremo Tribunal Federal (STF) nesta semanaO julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) que estava analisando uma possível mudança no sistema de correção do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) foi suspenso. Tudo porque o Ministro Nunes Marques decidiu pedir vista. Com isso, a votação é paralisada sem data prevista para retorno.
O pedido de vista funciona justamente como uma solicitação de mais tempo para estudar o tema. Na teoria, é como se o ministro reconhecesse que se trata de uma matéria complexa, e que ele precisa de um prazo maior para entender não apenas o pedido da ação, mas também os argumentos dos dois lados.
Na prática, o que acontece é que o julgamento permanece suspenso. Em declaração logo depois do pedido de vista, Nunes Marques disse que vai dar celeridade ao processo, e sinalizou que não deverá demorar muito tempo para tomar uma decisão e voltar a colocar a ação em discussão dentro do plenário do Supremo Tribunal Federal.
A votação
Nunes Marques pediu vista do julgamento, justamente em um momento em que a votação estava em um 2 a 0 pela mudança no sistema de correção do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço. Os ministros Luiz Roberto Barroso e André Mendonça votaram pela alteração.
A grande maioria dos ministros, no entanto, ainda não apresentou os seus votos. Assim, é possível afirmar que tudo pode acontecer, inclusive uma virada no placar ainda é possível de acordo com as informações de bastidores.
A correção do FGTS
Atualmente, os trabalhadores possuem o rendimento do FGTS atrelado ao sistema de Taxa Referencial, mais um ganho de 3% ao ano. Analistas afirmam que este sistema seria injusto com os trabalhadores, que teriam um ganho nulo todos os anos.
Em 2014, o partido Solidariedade e a Central Força Sindical entraram com uma ação no STF pedindo por uma mudança neste sistema. Eles alegam que o reajuste deveria levar em consideração alguma medição de inflação, e não a TR.
Quase 10 anos depois, o STF iniciou o julgamento desta ação ainda na última semana. Em caso de mudança no sistema de correção, os trabalhadores brasileiros passariam a ganhar valores maiores todos os anos dentro do sistema do FGTS.
Contudo, o Governo Federal está disposto a impedir que isso aconteça. A Advocacia Geral da União (AGU), por exemplo, chegou a pedir oficialmente para que o STF não chegasse a julgar o caso.
Dentro da área econômica do Palácio do Planalto, há a ideia de que em caso de mudança na correção, a União teria que desembolsar mais de R$ 300 bilhões apenas com as liberações do retroativo.