O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse em entrevista que vai seguir firme na tentativa de aprovação do projeto que eleva a isenção do imposto de renda para R$ 5 mil. Para que isso aconteça, ele vai precisar de uma compensação.
A compensação é justamente a tarefa de cobrar o imposto mínimo para pessoas com renda mensal entre R$ 50 mil e R$ 100 mil. Em resumo, a ideia é cobrar mais impostos de quem ganha mais, e cobrar menos impostos de quem ganha menos.
O que disse Fernando Haddad
Na entrevista concedida à Globo News, Haddad explicou como essa nova cobrança será feita.
“Se a pessoa tem renda superior a 50 mil por mês, e vai numa escadinha até 100 mil por mês, nós vamos verificar se ela está pagando um imposto mínimo”, disse o ministro.
Na avaliação do ministro da Fazenda, esse novo imposto mínimo será relativamente baixo, sobretudo quando se compara com a média internacional.
Comparação com outros países
Fernando Haddad destacou aquilo que seria um desequilíbrio na tributação brasileira em relação aos países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
O chefe da pasta econômica destacou que o imposto sobre consumo no Brasil é superior ao registrado na média dos países da OCDE.
Do mesmo modo, o imposto de renda, tanto para pessoas físicas quanto para empresas, está abaixo da média dos países do mesmo grupo.
A reforma do Imposto de Renda
O ministro reforçou também que a reforma do Imposto de Renda, que será enviada pelo Governo Federal ao congresso nacional, não deverá aumentar a carga tributária, mas deverá buscar um “equilíbrio na contribuição entre os ricos e pobres”.
A polêmica isenção do imposto de renda
Aumentar a faixa de isenção do imposto de renda para a casa dos R$ 5 mil foi uma das principais promessas de campanha do presidente Lula nas eleições de 2022. Até o momento, ele não conseguiu cumprir o prometido.
Por isso, o governo federal deverá enviar o projeto que aumenta a isenção para R$ 5 mil ao congresso nacional. Mas para fazer a renúncia dessa receita, o poder executivo vai ter que apresentar uma compensação, e é justamente nesse ponto que entra o aumento da tributação para os mais ricos.
O problema é que essa ideia não parece agradar o mercado financeiro. Quando Fernando Haddad apresentou a proposta ainda no final do ano passado, o dólar entrou em uma espiral de aumento, que fez a moeda norte-americana ultrapassar os r$ 6 pela primeira vez na história.
Existe, portanto, um certo temor por parte do governo federal de que a retomada dos debates sobre esse assunto faça com que o dólar volte a subir para o mesmo patamar em um futuro próximo.
