A declaração de Simone Tebet que assustou segurados do INSS

Aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) estão assustados nas últimas semanas, após algumas declarações da ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB). As declarações, aliás, também estão deixando os usuários do Bolsa Família em alerta.

O motivo: a ministra segue falando sobre a necessidade do governo federal em criar uma operação pente-fino nos gastos sociais. De acordo com a ministra, esta seria uma medida muito importante para fazer com que o país consiga cumprir as suas metas fiscais.

“Ninguém quer diminuir políticas públicas prioritárias, mas é preciso garantir que tem qualidade e eficiência. Gastar bem o tanto que se tem”, declarou a ministra, durante evento organizado pela XP.

O pente-fino

O pente-fino, aliás, é uma espécie de procedimento em que o governo analisa em detalhes as contas de beneficiários de segurados do INSS, e também de usuários de programas de transferência de renda como o Bolsa Família e o Auxílio-gás nacional. 

E por que os usuários e segurados temem este procedimento? Segundo eles, este sistema tem potencial de corte de benefícios. Há ainda relatos de pessoas que afirmam que foram retiradas de programas sociais e de beneficiários de maneira injusta.

O fato é que nas contas da ministra, este corte poderia gerar uma economia de nada menos do que R$ 20 bilhões. Para tanto, ela toma como base as indicações do Tribunal de Contas da União (TCU), que também alerta para a necessidade de realização do pente-fino.

“Ninguém quer diminuir a execução de políticas públicas prioritárias e necessárias para o Brasil, mas é preciso garantir que elas tenham efetividade, sejam eficientes e cheguem da forma correta. Gastar bem o pouco que se tem e, de outra forma, cortar onde não é preciso”, disse Tebet.

“A gente precisa ter entregas sociais, sem flertar com qualquer irresponsabilidade nas contas públicas. Não é tarefa fácil”, completou a ministra.

Desvinculação do INSS

Nos últimos dias, Tebet também vem insistindo na ideia de desvincular previdência e salário mínimo no Brasil. Atualmente, os dois valores estão atrelados. Assim, sempre que o patamar do salário mínimo sobe, o patamar das aposentadorias do INSS sobe em um mesmo ritmo.

Tebet defende que esta vinculação não mais exista. Caso esta ideia seja aprovada, aposentados e pensionistas do INSS poderiam deixar de ter um aumento real todos os anos, com acontece atualmente. Esta ideia da ministra, no entanto, parece não encontrar respaldo dentro do governo federal como um todo.