terça-feira,
16 de dezembro de 2025

Decisão do STJ garante aposentadoria especial para autônomos

Com essa decisão, este grupo passa a ter reconhecido um direito que, na prática, sempre lhes pertenceu

Uma decisão unânime do Superior Tribunal de Justiça (STJ) promete corrigir uma injustiça histórica no sistema previdenciário brasileiro. Abrindo novas e animadoras perspectivas para milhares de trabalhadores autônomos. 

A corte reconheceu o direito de profissionais como mecânicos, cabeleireiros e técnicos – que trabalham por conta própria – à chamada Aposentadoria Especial, benefício historicamente negado pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

A Aposentadoria Especial permite que trabalhadores se aposentem mais cedo devido à exposição contínua a agentes insalubres ou perigosos. Contudo, durante anos, o INSS barrou os pedidos de autônomos para períodos trabalhados após abril de 1995. 

O argumento recorrente era a falta de vínculo empregatício e a dificuldade em comprovar os riscos ocupacionais, além da suposta ausência de contribuição específica.

Essa barreira institucional foi superada com o julgamento do Tema Repetitivo 1.291. O STJ, em sua decisão, afirmou que a legislação previdenciária nunca excluiu expressamente os contribuintes individuais desse benefício.

O que havia, segundo a corte, era um erro de interpretação do INSS, que baseava suas negativas em decretos regulamentares, regras inferiores à lei.

Direito reconhecido

O Tribunal foi enfático ao declarar que os autônomos podem, sim, comprovar a exposição a agentes nocivos por meio de laudos técnicos, perícias e outros documentos válidos, mesmo sem um contrato de trabalho formal.

O argumento do custeio, frequentemente usado pelo INSS, também foi rebatido pelo STJ, que o considerou inconsistente com o princípio da solidariedade que rege o sistema previdenciário – onde a contribuição de todos sustenta os benefícios coletivamente.

A decisão representa um avanço significativo na segurança social, garantindo um sustento mais digno e justo para quem dedicou anos à profissão em condições adversas. 

Com o novo entendimento, um direito que na prática sempre existiu para o autônomo passa, finalmente, a ser reconhecido pelo Judiciário e, por consequência, pelo INSS.

Conclusão

Após a decisão, os autônomos têm o direito à Aposentadoria Especial reconhecido pelo STJ.

Por que eram negados? INSS alegava falta de vínculo empregatício e dificuldade de comprovação de insalubridade.

Para comprovar é preciso apresentar laudos técnicos, perícias e outros documentos que atestem a exposição a agentes nocivos.

Essa decisão corrige uma injustiça histórica e oferece a milhares de profissionais a chance de se aposentarem mais cedo com o tempo de contribuição especial.

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Ana Lima
Ana Lima
Ana Lima é formada em Comunicação Social pela Universidade Estácio de Sá e já atua na profissão há mais de 30 anos. Já foi repórter, diagramadora e editora em jornais do interior e agora atua na mídia digital. Possui diversos cursos na área de jornalismo e já atuou na Câmara Municipal de Teresópolis como assessora de imprensa.

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