sexta-feira,
5 de dezembro de 2025

INSS: Febraban critica Governo por decisão do consignado

Mesmo depois de uma definição sobre o teto da taxa de juros do consignado, Febraban critica governo pela maneira como conduziu o processo

- Anúncio -

Há cerca de duas semanas chegava ao fim a novela envolvendo o teto da taxa de juros para o consignado do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A decisão final foi por fixar a taxa em 1,97% ao mês. Os bancos gostaram do patamar e já voltaram a oferecer o crédito normalmente.

Contudo, mesmo diante desta possível resolução do problema, o fato é que o Governo Federal ainda vem recebendo algumas indiretas. Em evento do banco Bradesco nesta semana, o presidente da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), Issac Sidney, insinuou que não gostou da maneira como o Planalto lidou com a situação.

“Nenhum dos bancos ofertantes com participação relevante [no mercado] conseguiu ofertar esse produto. A estrutura de custos não era suportada dentro do novo teto, e tivemos 95% de interrupção de oferta”, disse ele ao se referir ao processo de definição do teto da taxa de juros.

Baixe nosso aplicativo!

Fique por dentro das notícias dos seus benefícios e direitos.

Download Grátis

“Quando há uma intervenção sem racionalidade econômica, mais voluntariosa, em qualquer tipo de produto, gera distorções no preço, na oferta e na demanda. Esse caso foi pedagógico”, completou ele.

Como o governo agiu no consignado

No início de março, o Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS) decidiu reduzir o teto da taxa máxima de juros do consignado. O órgão, que é subordinado ao Ministério da Previdência, decidiu reduzir a taxa de 2,14% para 1,70% ao mês.

Os bancos consideraram que esta decisão não seria proveitosa para as instituições financeiras. Bradesco, Itaú, Santander, Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal foram algumas das instituições que optaram por se retirar da linha.

Em um primeiro momento, o Ministro da Previdência, Carlos Lupi (PDT) decidiu reagir contra os bancos. Ele chegou a repostar uma nota de centrais sindicais afirmando que as instituições financeiras estariam fazendo uma espécie de chantagem e discordando da ideia de que elas não teriam lucro com a nova taxa.

A reação do Ministério da Fazenda

Depois todo este processo, o Ministério da Fazenda decidiu agir. O Ministro Fernando Haddad realizou uma série de reuniões. Alguns destes encontros contaram com a presenta de Isaac Sidney, o presidente da Febraban.

Depois de uma longa rodada de negociações, ficou definido que a nova taxa máxima de juros mensal seria de 1,97%. O novo patamar é menor do que os 2,14% que estavam valendo anteriormente e maior do que os 1,70% que não agradou aos bancos.

Recado da Febraban

A nova declaração do presidente da Febraban foi recebida no Palácio do Planalto como um aviso ao Governo Federal. Sidney teria dado o recado de que as instituições financeiras não devem aceitar novas mudanças no sistema de juros de qualquer crédito sem o aval prévio dos bancos.

Compartilhe:

Aécio de Paula
Aécio de Paula
Jornalista formado pela Universidade Católica de Pernambuco (Unicap) e pós-graduado em Direitos Humanos pela mesma instituição. Atua na produção, edição e apuração de conteúdos sobre política, economia, sociedade e cultura, com experiência em redações e portais de notícia.

Notícias relacionadas

Mais lidas da semana