sexta-feira,
14 de novembro de 2025

Seu benefício pode mudar: STF questiona pontos centrais da Reforma da Previdência

STF analisa ações que podem alterar regras de contribuição e aposentadoria. Entenda

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O Supremo Tribunal Federal (STF) está atualmente no epicentro de um debate que pode remodelar questões centrais da reforma da Previdência, promulgada em 2019. 

O desfecho dessas deliberações promete gerar profundas consequências no cálculo de aposentadorias e pensões, além de influenciar diretamente a sustentabilidade das finanças públicas em todo o país. 

O centro das contestações abrange tanto os beneficiários vinculados ao Regime Geral de Previdência Social (RGPS), gerido pelo INSS, quanto os integrantes do serviço público, incluindo ativos, inativos e pensionistas.

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Reforma da Previdência e o STF

A Emenda Constitucional nº 103, de novembro de 2019, estabeleceu inovações significativas.

Entre elas, a introdução de uma idade mínima para a inatividade, a alteração das fórmulas de cálculo dos proventos e das bases de contribuição, e a criação de mecanismos de transição para aqueles já inseridos no mercado de trabalho. 

Contudo, várias dessas disposições são alvo de questionamentos judiciais, concentrados em 13 Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADIs) e outros processos correlatos que estão sob a análise da mais alta corte do país.

O julgamento em questão, conduzido sob a relatoria do Ministro Luís Roberto Barroso, já manifestou a divergência de posicionamentos dentro do plenário. 

Enquanto o relator se posicionou favoravelmente à manutenção da reforma, o Ministro Edson Fachin, atual presidente da Corte, expressou uma visão contrária.

A análise foi temporariamente suspensa por um pedido de vista do Ministro Gilmar Mendes, com expectativa de retomada agendada para 3 de dezembro.

Aspectos centrais em reavaliação

Entre os temas mais relevantes que o STF está examinando, destacam-se:

  • As regras de contribuição previdenciária aplicáveis a servidores públicos, tanto na ativa quanto aposentados;
  • O requisito de idade mínima para a aposentadoria de mulheres que compõem o quadro de servidores;
  • A determinação de limites para a concessão da aposentadoria especial;
  • A vedação à transformação de tempo de serviço em condições especiais para tempo comum;
  • A metodologia de cálculo da aposentadoria por incapacidade permanente;
  • A exigência de tempo mínimo de contribuição para mulheres no funcionalismo público.

Há uma tendência majoritária entre os votos já proferidos para anular dois pontos específicos: a alíquota de contribuição dos servidores e a disparidade no tempo mínimo contributivo imposto às mulheres do serviço público. 

Atualmente, enquanto as seguradas do INSS necessitam de 15 anos de contribuição, as funcionárias públicas são exigidas a cumprir 20 anos. O entendimento do Supremo pende pela equiparação desse requisito para ambas as categorias.

Outra medida passível de revisão é a cobrança de contribuição previdenciária de inativos e pensionistas do setor público com rendimentos superiores ao salário mínimo, mecanismo que permitiu a instituição de alíquotas progressivas. 

Caso essa regra seja declarada inconstitucional, a medida gerará um impacto fiscal imediato e bilionário sobre as receitas.

Desafios para o sistema previdenciário

As decisões proferidas pelo STF têm o potencial de redefinir as bases da Previdência brasileira, abrangendo tanto o Regime Geral quanto os Regimes Próprios de Previdência Social (RPPS) dos servidores. 

Conforme dados técnicos da Câmara dos Deputados, embora 755 municípios já tenham realizado suas próprias modificações previdenciárias, o déficit atuarial consolidado dessas entidades atinge a impressionante cifra de R$ 1,1 trilhão. 

A reversão de dispositivos da Emenda Constitucional nº 103 tenderia a agravar esse cenário de desequilíbrio, demandando a adoção de novas e urgentes medidas de compensação fiscal.

Dessa forma, enquanto o julgamento não chega à sua conclusão final, gestores públicos e contribuintes permanecem em estado de expectativa. 

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Ana Lima
Ana Lima
Ana Lima é formada em Comunicação Social pela Universidade Estácio de Sá e já atua na profissão há mais de 30 anos. Já foi repórter, diagramadora e editora em jornais do interior e agora atua na mídia digital. Possui diversos cursos na área de jornalismo e já atuou na Câmara Municipal de Teresópolis como assessora de imprensa.

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