Suspeitas de fraude: INSS e MPF miram operações do Banco Master
A investigação apura denúncias de descontos não autorizados em benefícios previdenciáriosO Ministério Público Federal (MPF) e o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) estão empenhados na apuração de um suposto esquema de fraude na concessão de crédito consignado envolvendo o Banco Master.
A investigação foca em denúncias de descontos não autorizados em benefícios previdenciários e busca identificar a extensão das práticas abusivas e os prejuízos causados a aposentados e pensionistas.
O caso está sendo conduzido pela Procuradoria da República no Distrito Federal, que, no dia 4 de agosto, instaurou um procedimento preparatório. O objetivo é reunir informações e examinar os indícios já coletados. Paralelamente, o INSS iniciou um processo administrativo próprio para verificar a dimensão das irregularidades.
Até o momento, o Banco Master afirma que não foi notificado oficialmente sobre as acusações, mas se compromete a fornecer todos os esclarecimentos técnicos necessários, caso seja formalmente acionado.
Indícios de operações atípicas
O procurador da República Anselmo Henrique Cordeiro Lopes revelou que o interesse pelo Banco Master surgiu durante investigações mais amplas sobre práticas irregulares no mercado de crédito consignado.
A instituição se destacou devido a um volume atípico de operações e a múltiplas denúncias de concessões de empréstimos sem a devida autorização dos beneficiários.
Um dos pontos de alerta foi o registro de R$ 300 milhões em empréstimos consignados liberados, um valor considerado recorde e muito acima da média do setor.
Além disso, a modalidade Credcesta, voltada para servidores, aposentados e pensionistas, está no centro das denúncias. Essas acusações foram formalizadas pelo deputado Capitão Alden (PL-BA) em uma sessão da Câmara.
Histórico de investigação do Master
Vale ressaltar que o Banco Master, anteriormente conhecido como Banco Máxima, já esteve sob investigação do MPF. A instituição foi alvo de denúncias de crimes financeiros contra ex-gestores, com base em investigações do Banco Central e da Polícia Federal.
As apurações anteriores, entre 2014 e 2016, indicaram a possível ocorrência de ganhos fictícios.
Com a nova etapa das investigações, o MPF e o INSS pretendem esclarecer se as práticas denunciadas configuram fraude. Além de saber se há base para responsabilização judicial.
A expectativa é que, se as irregularidades forem positivas, medidas devem ocorrer para ressarcir os lesados. Além de reforçar as regras no mercado de crédito consignado, prevenindo novas ocorrências.