“Super MEI”: o novo plano que pode turbinar o bolso de microempreendedores
Entenda o que é o Super MEI, e como o projeto pode beneficiar milhares de pessoas que se encontram na situação do microempreendedorUm projeto de lei em tramitação no Senado pode representar um novo patamar para quem trabalha como microempreendedor individual (MEI) no Brasil.
Apelidado de “Super MEI”, o Projeto de Lei Complementar (PLP) 60/2025 pretende ampliar o limite de faturamento anual e abrir espaço para o crescimento sustentável dos pequenos negócios, mantendo as vantagens do modelo simplificado.
A proposta é de autoria da senadora Ivete da Silveira (MDB/SC) e ainda aguarda despacho para começar a tramitar oficialmente nas comissões temáticas do Senado. Se aprovada, pode entrar em vigor já em 1º de janeiro de 2026.
O que pode mudar no Super MEI?
A proposta cria uma nova faixa dentro do regime atual do MEI, com ajustes importantes para quem já ultrapassa o teto de receita, mas não tem estrutura para migrar para o regime de microempresa:
- Novo limite de faturamento: de R$ 81 mil para até R$ 140 mil por ano
- Tributação diferenciada:
- 5% para quem fatura até R$ 81 mil (como já ocorre atualmente)
- 8% para quem estiver na nova faixa, entre R$ 81 mil e R$ 140 mil
- Contratação: possibilidade de ter até dois funcionários
- Correção anual automática: o teto será reajustado anualmente com base no IPCA acumulado até janeiro
E se eu abrir um MEI no meio do ano?
O texto também define regras para negócios em início de atividade. Neste caso, o faturamento será proporcional ao número de meses de operação no ano, com base em um novo teto mensal.
Na prática, fica R$ 11.666,62 por mês (atualmente, o limite mensal é de R$ 6.750), com reajuste anual pelo IPCA, a inflação medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Por que essa proposta pode ser importante?
Segundo a senadora Ivete da Silveira, a proposta busca evitar que pequenos empreendedores precisem migrar para regimes mais complexos de tributação quando começam a crescer.
A ideia é preservar os benefícios do MEI e, ao mesmo tempo, incentivar a formalização e a geração de empregos. Além disso, o texto apresenta as seguintes justificativas:
- Evitar a exclusão de empreendedores que ultrapassam levemente o teto atual
- Estimular a formalização de vínculos trabalhistas
- Manter a simplicidade na arrecadação, com o uso do DAS (Documento de Arrecadação Simplificada)
- Estimular o crescimento de negócios que estão entre o MEI atual e a microempresa
Os próximos passos
O projeto ainda está na fase inicial no Senado. A última atualização, em 11 de março de 2025, indica que o texto aguarda distribuição para as comissões.
Quando chegar por lá, o projeto poderá receber emendas antes de seguir para votação em plenário.
A expectativa da senadora é de que o tema avance, já que há, segundo sua assessoria, “ambiente favorável ao debate”.