Auxílio? Crescimento de Bolsonaro tem outro motivo, diz pesquisa

No início da noite desta quinta-feira (18), o Instituto Datafolha divulgou novos dados da corrida presidencial. Segundo o levantamento, o presidente Jair Bolsonaro (PL) apresentou um crescimento de 3 pontos percentuais em relação ao último levantamento. Os dados apontam, no entanto, que a elevação não tem relação com o aumento do Auxílio Brasil.

Ao elevar o benefício social de R$ 400 para R$ 600, o presidente tinha um objetivo claro: conquistar mais votos do eleitorado que ganha até dois salários mínimos. Este grupo da população representa 51% de todos os eleitores do país, de modo que o candidato que vence neste nicho, tem grandes chances de vencer a eleição.

Entretanto, o aumento do Auxílio Brasil ainda não surtiu o efeito esperado pela campanha do presidente. Tomando como base os dados do Datafolha, Lula (PT) consegue oscilar positivamente neste grupo e agora marca 54% das intenções de voto. Ao mesmo tempo, Jair Bolsonaro se manteve estagnado na casa dos 23%.

Se os usuários do Auxílio Brasil não são responsáveis pela ascensão de Bolsonaro, então quem seriam? Ainda levando em consideração os dados do Datafolha, a resposta pode estar nos evangélicos. A pesquisa indica que Bolsonaro tem 49% das intenções de voto quando se considera apenas as pessoas desta religião.

Ao mesmo passo, o ex-presidente Lula (PT) aparece com 32% das intenções de voto. Em um intervalo de pouco mais de um mês da última pesquisa, a distância entre os dois subiu de 10 pontos para 17 pontos percentuais. O novo levantamento foi realizado entre os dias 16 e 18 deste mês de agosto.

O foco além do Auxílio Brasil

No último mês de julho, o Governo Federal contou com o Congresso Nacional para conseguir aprovar a chamada PEC dos Benefícios. Entre outros pontos, o texto liberou R$ 41 bilhões para que o Planalto gaste em pleno ano eleitoral.

Foi a partir desta liberação que o Governo conseguiu não apenas elevar o valor do Auxílio Brasil, como também aumentar o patamar do vale-gás nacional. Neste mês de agosto, eles também começaram a pagar novos benefícios como o auxílio-taxista e o Pix Caminhoneiro.

As últimas rodadas de pesquisas podem indicar que Bolsonaro pode mudar o foco e investir ainda mais pesado nos evangélicos. Informações de bastidores dão conta de que o chefe de estado vai comparecer ainda mais em eventos como Marcha para Jesus ao redor do país.

O PT não acompanha a movimentação parado. Em suas últimas declarações, o ex-presidente Lula vem citando ainda mais termos como Jesus, Deus e Bíblia. Há ainda uma força tarefa sendo montada para desmentir fake news disparadas em sites bolsonaristas.