Bolsonaro gera polêmica ao questionar fome no Brasil
A declaração que questiona os índices de fome no Brasil segue repercutindo. Mais de 33 milhões não têm o que comer regularmenteO presidente Jair Bolsonaro (PL) gerou polêmica nesta semana ao questionar os dados da fome no Brasil. Em entrevista para um podcast, o chefe de estado insinuou que os dados estão errados e que não é normal ver pessoas pedindo comida no país. Ele não explicou, no entanto, qual é a pesquisa que ele contesta exatamente.
“Quem porventura está no mapa da fome, pode se cadastrar e vai receber, não tem fila o Auxilio Brasil. São 20 milhões de famílias que ganham isso aí”, afirmou o presidente durante o podcast. A declaração pode levar ao erro. Membros da Caixa Econômica Federal dizem que a fila de espera deve voltar a se formar em setembro.
“Então, essa preocupação de se antecipar problemas têm feito com que o povo brasileiro sofra menos do que a população aí fora. Esse discurso de 15 milhões passando fome não é verdade esse número”, seguiu ele.
“Se for a qualquer padaria aqui, não tem ninguém pedindo ali pedindo para você comprar o pão para ele, isso não existe. Eu falando isso estou perdendo votos, mas a verdade você não pode deixar de dizer”, completou o presidente na mesma entrevista. Vários setores da sociedade repudiaram as afirmações.
Relatório da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), indica que 15,4 milhões de brasileiros enfrentam insegurança alimentar grave no Brasil neste momento. No país, estima-se que mais de 61 milhões de indivíduos enfrentem algum grau de insegurança alimentar.
Os dados do levantamento da ONU tomam como base as informações geradas nos anos de 2020 e de 2021, quando o país já enfrentava a pandemia, e já era governado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL).
Bolsonaro cita atos
Neste sábado (26), o chefe de estado participou de uma nova motociata no interior do estado da Bahia. Desta vez, ele disse que “o mundo, sem o Brasil, passa fome”. Ele ainda convocou os aliados para um evento no dia 7 de setembro.
“No próximo dia 7 às 9h estarei em Brasília e às 15h estarei em Copacabana, no Rio de Janeiro. Aqui vocês também compareçam no local adequado. Para nesse dia mostrarmos ao Brasil e ao mundo que estamos unidos pela democracia e pela liberdade”, disse ele.
“Nós somos da paz, somos do bem, mas somos guerreiros também e tudo faremos com aqueles que querem roubar a nossa democracia”, disse ele. O presidente vem sendo questionado sobre as suas declarações de desconfiança no processo eleitoral.
Ele ainda criticou o ex-presidente Lula (PT). “Nós sabemos de quem esse cara é candidato, ele é candidato da Globo. Nós venceremos a tudo e a todos para o bem da grande maioria do nosso povo que acredita em Deus, na família e na liberdade”, disse.