Consignado do Auxílio: por que alguns bancos não querem operar crédito?

Cada banco pode decidir se quer oferecer o consignado do programa Auxílio Brasil. Alguns deles já disseram que não
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Dentro de mais algumas semanas, o Governo Federal vai começar a oferecer o consignado do programa Auxílio Brasil. Segundo o Ministério da Cidadania, as primeiras solicitações serão liberadas a partir do próximo mês de setembro deste ano. Entretanto, nem todos os bancos decidiram aderir ao crédito para este público.

Em tese, cada banco pode decidir se vai oferecer o consignado do Auxílio Brasil ou não. Cada instituição deu a sua versão para a negativa. De toda forma, há um ponto que une todos eles: o risco reputacional. Há um temor de que a cobrança de um consignado para um público muito humilde coloque em xeque a reputação dos bancos.

“Não se trata de uma aposentadoria ou pensão, mas um benefício a pessoas que estão em dificuldades. Portanto, o Bradesco não vai operar nessa carteira. Estamos falando de indivíduos vulneráveis”, disse o presidente do banco Bradesco, Octavio de Lazari Júnior, no início deste mês de agosto. O Itaú/Unibanco foi pelo mesmo caminho.

“Entendemos que não é o produto certo para público vulnerável. Assim, o banco preferiu não operar, seja pelo perfil do público, que é vulnerável, seja pela temporariedade do benefício e a mudança que ocorre mês a mês”, disse o presidente do Itaú/Unibanco, Milton Maluhy Filho, que também citou a questão do risco reputacional.

Além do Bradesco e do Itaú, outros bancos também sinalizaram que não oferecerão a linha. São os casos do Santander e também do Nubank. Todos citaram a ideia de que a operação do consignado para um público mais humilde, pode ser perigosa e pode acabar contribuindo para mais endividamento para os mais pobres.

O outro lado do consignado

Se alguns bancos já disseram não para o consignado do Auxílio Brasil, outros já disseram sim. Segundo o Ministro da Cidadania, Ronaldo Vieira Bento, 17 instituições já estão oficialmente homologadas para operar a linha.

Entre elas, está a Caixa Econômica Federal. Em entrevista recente, a presidente do banco, Daniella Marques, disse que pretende oferecer o consignado com as taxas mais baixas do mercado. Entretanto, ela não falou sobre números.

“O que eu posso dizer é que existe o compromisso da Caixa de que seja feito na menor taxa possível e que a gente praticou a menor taxa do mercado, respeitando os comitês e a governança do banco”, disse Marques na ocasião.

“A gente quer fazer um trabalho educativo muito grande para não gerar um estímulo ao endividamento das famílias”, completou Daniella. Ainda não há uma data exata para a liberação do consignado.

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