Economista critica mudanças no teto de gastos para aumentar Auxílio

Ex-governador do Espírito Santo fez críticas ao processo de aumento do Auxílio Brasil durante entrevista para o programa Roda Vida

Nesta segunda-feira (1), o programa Roda Viva, da TV Cultura, recebeu o economista e ex-governador do Espírito Santo, Paulo Hartung. Entre outros pontos, o político deu sua opinião sobre a situação do projeto Auxílio Brasil, que vem passando por sucessivos aumentos nos seus valores, após flexibilizações no teto de gastos públicos.

“Dinheiro no Orçamento tem, mas você tem dinheiro carimbado como programa social, o que ajuda a concentrar renda no país. Esse dinheiro nós precisamos desviar e colocar em um projeto robusto de transferência de renda”, disse Hartung, que foi um dos relatores da Lei de Responsabilidade Fiscal no Senado Federal.

Hartung disse que o Governo Federal poderia ter aplicado o aumento nos valores do Auxílio Brasil sem precisar mexer no teto de gastos e nem na lei dos precatórios. Ainda no final do ano passado, o Planalto conseguiu aprovar no Congresso Nacional um texto que parcelava os pagamentos das dívidas da União.

Na ocasião, o Governo conseguiu elevar o valor do Auxílio Brasil de uma média de R$ 220 para um patamar mínimo de R$ 400 por família. No último mês de julho, o Planalto aprovou uma segunda PEC que permite agora que os saldos sejam elevados para um patamar de R$ 600 com pagamentos previstos entre os meses de agosto e dezembro.

As mudanças, aliás, começam a valer já a partir da próxima semana. Para colocar o aumento em prática, o Governo Federal teve que aprovar um dispositivo de situação de emergência. Assim, eles não têm mais a obrigação de seguir as regras impostas pelo teto de gastos públicos, e também pela Lei Geral de Eleições até o final deste ano.

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Auxílio da polarização

Na mesma entrevista concedida ao Roda Viva, Hartung também falou sobre a situação da polarização política que envolve o Auxílio Brasil agora. Ele disse que o país precisa de um governo que acalme toda a situação.

“O Brasil está precisando de um governo de transição agora, mas que saiba muito bem o que precisa ser feito desde o 1º dia de mandato”, disse o ex-governador na entrevista, sem citar diretamente Bolsonaro ou o ex-presidente Lula (PT).

Nos últimos meses, o Auxílio Brasil virou uma espécie de campo de batalha entre o ex-presidente Lula e o atual presidente Bolsonaro. O atual Governo chegou até a trocar os cartões do Bolsa Família, depois de avaliar que o programa ainda estaria muito ligado ao petista.

Em entrevista recente, Lula criticou Bolsonaro e disse que a mudança de nome do Bolsa Família para Auxílio Brasil, não passou de uma “bobagem”.

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