Governo aumenta gastos com Auxílio Brasil às vésperas da eleição

Neste ano de 2022, o Governo Federal bateu recorde de gastos com propagandas sobre o programa Auxílio Brasil. Dados oficiais obtidos pela Lei de Acesso à Informação pelo jornal O Globo, apontam que o maior nível de despesas aconteceu em junho, último mês antes do início da proibição de propaganda por causa da campanha eleitoral.

Nos meses de abril e maio, os gastos com publicidade com o Auxílio Brasil giravam em torno dos R$ 2 milhões. Em junho, este patamar subiu para R$ 26 milhões. Parte deste montante serviu para custear a produção das peças publicitárias e a outra parte foi destinada aos pagamentos para a veiculação das publicidades.

As propagandas foram veiculadas em uma série de pontos físicos, como em transportes públicos. Metrôs e ônibus receberam banners e painéis sobre o aumento do valor do programa social. Grande parte do dinheiro também foi usado para bancar a propaganda no rádio e em emissoras, com a TV Globo.

Durante todo o ano de 2022 até aqui, o Governo Federal gastou R$ 36 milhões com propagandas relacionadas ao Auxílio Brasil. Deste montante, 77% foi investido de uma só vez apenas no último mês de junho. Entre agosto e setembro, as redes oficiais do Planalto não puderam mais realizar este tipo de propaganda.

De toda forma, desde o início da campanha eleitoral, quem assumiu o papel de propagar a palavra do Auxílio Brasil foi a campanha do candidato Jair Bolsonaro. No rádio e na TV, bem como em entrevistas e debates, o presidente costuma falar sobre o assunto de maneira recorrente, destacando a promessa de manter o benefício na casa dos R$ 600.

Auxílio Brasil

Oficialmente, o Auxílio Brasil do Governo Federal é um programa social que faz pagamentos mensais de R$ 400 mínimos por família. Contudo, no último mês de julho, o Congresso Nacional aprovou a chamada PEC dos Benefícios.

Este documento permitiu, entre outros pontos, a liberação de mais espaço dentro do orçamento do Governo. Com a nova abertura, o Ministério da Cidadania conseguiu elevar o valor mínimo do Auxílio Brasil de R$ 400 para R$ 600 mínimos.

A mudança, no entanto, não é permanente. Conforme as informações oficiais da PEC dos Benefícios, a ideia é seguir com este patamar até quando durar o período de calamidade pública, ou seja, até o final deste ano de 2022.

Para 2023, o Governo Federal planeja reduzir o valor dos pagamentos para o patamar de R$ 405 por família. Embora o presidente Jair Bolsonaro venha prometendo manter o saldo de R$ 600 este ano, ainda não há nada oficial sobre o assunto.